Imprensa - 27 de junho de 2017 Dívidas em atraso de empresas da capital mineira continuam em desaceleração Sugestão de Pauta A melhora dos indicadores econômicos tem contribuído para desacelerar o aumento das dívidas em atraso. Prova disto, é que o número de dívidas em atraso das empresas em Belo Horizonte registrou crescimento de 5,12% em maio deste ano, na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Entretanto, esse índice representa menos da metade do que o registrado em maio de 2016, quando o aumento foi de 18,19%. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). A economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, explica que “esse aumento é resultado da queda na receita das empresas, devido à redução do consumo entre as famílias, ocasionado pela taxa de desemprego”. “Isso vem afetando a capacidade de pagamento das empresas”, complementa. Em comparação com o mês anterior (Mai.17/Abr.17) também houve aumento de 0,32%. Em 2016 a alta foi de 1,07% no número de pessoas jurídicas com dívidas em atraso. Consumidor de Belo Horizonte está com menos dívida em atraso Na comparação anual (Mai.17/Mai.16), houve queda de 2,50% no número de dívidas em atraso junto ao SPC da CDL/BH. Para Ana Paula, esse decréscimo está ligado aos saques das contas inativas do FGTS. “Com esse recurso extra, aproximadamente, R$ 34 bilhões foram injetados na economia, contribuindo para que os consumidores quitassem seus débitos”, esclarece. Já na variação mensal (Mai.17/Abr.17), foi registrada alta de 2,31%. Em maio de 2017, a maioria das dívidas em atraso por faixa etária corresponde aos consumidores acima de 50 anos (34,98%). De acordo com a economista da CDL/BH, “isso ocorre, porque a maioria dos consumidores acima de 50 anos são aposentados e responsáveis financeiramente por suas famílias, por isso sentem no bolso o impacto do aumento do custo de vida”. Já na abertura por gênero de devedor, as dívidas em atraso no SPC da CDL/BH apresentaram queda entre homens e mulheres. “Esse resultado é reflexo do receio da população em consumir, em função do desemprego que ainda continua elevado, de acordo com dados do CAGED”, afirma Ana Paula. recuperação de crédito apresenta variação positiva No que diz respeito ao volume de pessoas que recuperaram o crédito, os dados mostram que, na comparação anual (Mai.17/Mai.16), houve variação positiva de 2,60%. Segundo a economista da CDL/BH, a desaceleração da inflação (IPCA 12 meses 3,60%), da taxa de juros (Mai.16 14,25% / Mai.17 10,25%) e a liberação dos saques das contas inativas do FGTS foram fatores que impulsionaram esse aumento. Na análise mensal (Mai.17/Abr.17), observou-se uma leve queda de 0,98% no número de pessoas recuperando o crédito. No acumulado do ano (Jan.17-Mai.17/Jan.16-Mai.16) a recuperação apresentou alta de 1,01%. As mulheres foram responsáveis por 55,14% dos cancelamentos de registros no SPC da CDL/BH. Entre os homens, o percentual ficou em 44,86%. De acordo com Ana Paula, o desemprego entre o sexo feminino (15,96%) está maior em relação ao masculino (11,09%), segundo dados do IBGE referente ao 1º trimestre de 2017. “Apesar do elevado índice de desemprego, as mulheres estão conseguindo quitar mais débitos, devido ao fato que a dívida média entre elas (R$1.272,06) é menor que a dos homens (R$1.593,60)”, explica. Por faixa etária, a maioria dos consumidores que quitou os débitos tem entre 30 e 39 anos (24,86%), e a minoria (5,57%) na faixa de 18 e 24 anos. Os percentuais das demais faixas etárias são: consumidores com idade entre 40 e 49 anos (24,56%); de 50 a 64 anos (24,48%); acima de 65 anos (12,70%) e de 25 a 29 anos (7,82%). Metodologia – Os indicadores de dívidas em atraso e de recuperação de crédito contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH tem acesso.