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Não recomendável!

Sugestão de Pauta

Apesar das orientações dos especialistas de que não é recomendável que mais de 30% da renda seja comprometida com o pagamento de financiamentos e empréstimos, a maioria dos consumidores da capital da classe E possui mais de um terço dos seus recursos destinados mensalmente para ao pagamento deste tipo dívida.

Esse foi o resultado apresentado por um levantamento realizado pela CDL/BH que mostrou que entre os 40,3% dos belo-horizontinos da classe E que têm algum financiamento ou empréstimo, 69% comprometem mais de 30% dos seus recursos para a quitação destes débitos.

“Essa parcela da população foi a que mais sofreu com o desemprego durante a crise econômica vivida nos últimos anos, por isso tiveram que recorrer a financiamentos e empréstimos para conseguirem se manter. Além disso, por possuírem um rendimento menor, eles possuem a necessidade de utilizarem esses recursos para adquirir bens de maior valor”, comenta o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

Em relação ao número de parcelas, na classe E os financiamentos e empréstimos são pagos, na média, em 30 vezes. E o valor que é destinado mensalmente para essas parcelas é R$ 775,75. “Tendo em vista que essa classe recebe até dois salários mínimos, eles estão com um percentual alto dos seus recursos sendo gasto apenas com essas despesas, o que impossibilita que seja feito outros tipos de investimentos”, explica Silva.

Entre todos os consumidores da capital, 42,4% afirmaram que possuem algum financiamento ou empréstimo, que são pagos em até 42 vezes. O valor médio de todas as dívidas deste tipo está em R$ 1.100,46.  Dentre esses moradores da capital, a maior parte (59,2%) tem até 15% de seus recursos destinados para a quitação destes recursos.

 

Sete em cada dez belo-horizontinos pagam suas contas de acordo com a data de vencimento

Ainda de acordo com a pesquisa, 70% dos consumidores priorizam o pagamento das contas pela data de vencimento. Já 19,3% dão preferência a quitação em primeiro lugar dos serviços essenciais (água, luz, telefone). “Este resultado é reflexo do cenário econômico ruim vivido nos anos anteriores, que fez com que as pessoas tivessem que priorizar alguns pagamentos por não ter renda para quitar todos de uma vez” esclarece o presidente da CDL/BH. Entre as classes sociais esse comportamento se repete, variando apenas os percentuais.

Em relação a responsabilidade pelos pagamentos das contas, 66,8% dos consumidores disseram que dividem com os demais moradores de sua residência. Já 23,3% afirmaram que são os únicos responsáveis pela quitação das contas e 9,8% que é de outras pessoas.

Perguntados sobre quais os locais* preferem para realizarem os pagamentos de suas contas, 39,7% afirmaram que usam os aplicativos dos bancos nos celulares e 12% pelo computador. “Essa é uma facilidade que a internet oferece para aos consumidores, que podem acessar suas contas de qualquer local e realizarem seus pagamentos. E como essas transações são cada vez mais seguras, vêm aumentando o número de pessoas que têm utilizado esses serviços”, justifica o presidente da CDL/BH.

As casas lotéricas também são a opção escolhida por boa parte dos consumidores (38,5%), assim como os caixas eletrônicos (6,6%). Já um percentual menor opta pelo débito automático (2,1%) e o atendimento presencial na agência bancária (1,1%). (*) Resposta múltipla

 

Desemprego é a principal causa da inadimplência entre os consumidores da capital

Segundo o levantamento da CDL/BH, 40% dos consumidores da capital já estiveram com o nome inscrito nos cadastros de devedores e 8,7% ainda estão endividados. E entre eles, a maior parte (40,2%) disse que a perda do emprego foi a causa para o atraso no pagamento de contas. Em seguida foi citada a redução da renda, com 26,3% das repostas.

“Esse resultado ainda é reflexo da crise econômica vívida pelo País. Mesmo com a economia em processo de recuperação, os consumidores ainda não sentiram no bolso os efeitos práticos desse processo de melhora gradual. Apesar da inflação e dos juros mais baixos, a atividade econômica ainda não ganhou força, e o desemprego continua elevado e isso leva a dificuldades para o pagamento de todas as contas”, explica Silva.  Também foram citados como motivos para a inadimplência: compra não planejada (21,3%); compra para terceiros (14,5%); uso excessivo do crédito (8,1%); priorizou outra conta (7,2%); problemas com o credor (3,7%); esqueceu o pagamento (3,4%) e atraso do salário (3,4%).

Já na contramão, 51,3% dos entrevistados afirmaram que nunca estiveram inadimplentes, e o planejamento financeiro (38,7%) foi apontado por eles como a principal forma para evitar o endividamento. “É fundamental que os consumidores tenham o hábito de realizar o acompanhamento efetivo de seus gastos. Com isso é possível saber como sua renda está sendo utilizada e evitar que se perca o controle das contas”, comenta o presidente da CDL/BH.

O controle das compras por impulso e de produtos que não são essenciais foram apontados por 25,6% dos entrevistados como um meio para evitar a inadimplência, enquanto que 20,5% afirmaram que estão optando por realizar suas compras sempre à vista.

Entre as classes sociais, a maior parte da classe A/B (61,9%) nunca esteve inadimplente, já na C/D, quatro em cada dez consumidores disseram que já estiveram endividados, mas conseguiram quitar suas dívidas. Enquanto que na classe E está o maior percentual dos consumidores inadimplentes (10%).

 

Mais de 70% dos consumidores da capital consideram que sua situação financeira continua a mesma em relação ao ano passado

Sem ainda perceber uma melhora efetiva da economia no bolso, 71,5% dos belo-horizontinos consideram que sua situação financeira continua a mesma em relação ao ano anterior. Já para 8,7% a situação melhorou, pois a renda aumentou ou por se sentirem mais seguros no emprego (0,4%). Enquanto que 8,1% consideram que piorou devido ao desemprego, 7,9% pela redução da renda e 3,4% por causa do aumento do custo de vida.

 

Sete em cada dez consumidores da capital não realizam aplicações financeiras

Quando perguntados sobre a realização de aplicações financeiras*, a maioria dos moradores da capital (74,3%) afirmou que não faz nenhum tipo de investimento. Já entre os que fazem, a maior parte prefere a poupança (15,9%) como destino de suas economias. “Essa ainda é uma das aplicações mais conhecida pela população e que oferece uma margem maior de segurança, por isso a preferência dos consumidores”, justifica Silva. Os demais investimentos que os belo-horizontinos também costumam realizar são: títulos de capitalização/CBD (10,4%); previdência privada (5,2%) e previdência privada para os filhos (1,7%). (*) Resposta múltipla

Por classe social, a que menos destina recursos para investimento é a E. Pela pesquisa, 89,9% dos consumidores dessa classe não fazem nenhum tipo de aplicação financeira. Já na classe A/B, apenas 27,2% não têm esse costume.  Em todas as classes sociais a poupança é a aplicação mais realizada.

Outro dado apurado sobre os investimentos foi em relação ao percentual da renda que é destinado para as aplicações, e a maior parte (53,7%) afirmou que costuma investir até 10%. Em seguida, 19,8% dos entrevistados afirmaram que aplicam de 16% a 20% de seus recursos. “Mesmo que seja um valor pequeno é interessante que os consumidores tenham o hábito de investir uma parcela da sua renda”, conclui o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. Na média, o percentual que é usado em aplicações financeiras pelos belo-horizontinos é de 14,51%.

Metodologia – Foram entrevistados 410 consumidores de Belo Horizonte, no período de 15 a 26 de abril de 2019.