Imprensa - 20 de junho de 2022 Apenas 19% da população brasileira doa sangue com frequência Sugestão de Pauta Mobilização de empresas e entidades com grande número de funcionários pode ser o caminho para mudar essa realidade. Em Belo Horizonte, a CDL/BH promove entre seus colaboradores e associados a campanha ‘Doe Gotas de Vida’ A doação de sangue é um dos maiores desafios do sistema de saúde do país, seja em âmbito público ou privado. A constante escassez dos bancos de sangue acende o alerta para uma conscientização efetiva da população apta a doar. Em Belo Horizonte, por exemplo, a sede da Fundação Hemominas, banco de sangue público que atende a todo o estado, vive em frequente necessidade de reposição do estoque. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estabelece como meta a doação por 3% a 5% da população de um país. No Brasil, o índice é de 1,9%, conforme o Ministério da Saúde. Na prática, significa que, a cada mil pessoas, somente 19 são doadores. Em Minas, 2% da população doam sangue, de acordo com a Fundação Hemominas. Para tentar reverter essa situação, o Ministério da Saúde lançou, em 2015, a campanha Junho Vermelho para incentivar o espírito solidário nas pessoas, mostrando que doar sangue é, antes de tudo, um ato de amor. O mês de junho também conta com o Dia Internacional do Doador de Sangue, celebrado no dia 14. A mobilização de grandes instituições e empresas em torno da causa pode ajudar a amenizar a baixa dos estoques. Em Belo Horizonte, por exemplo, a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL/BH) mobiliza seus 240 colaboradores e quase 14 mil associados em torno da campanha “Doe Gotas de Vida”. “A entidade impacta um grande número de pessoas e sabemos que a conscientização desse público, quanto à doação de sangue, é uma obrigação social”, afirma o presidente, Marcelo de Souza e Silva. Até o dia 30 de junho, a CDL/BH vai iluminar a fachada de sua na cor vermelha, em adesão à campanha Junho Vermelho, e também promover ações de incentivo à doação entre sua comunidade. “Vamos promover a orientação de nossos associados e colaboradores sobre a importância de doar sangue. Para isso, faremos disparos de mensagens e material explicativo sobre a doação, além de utilizar nossas redes sociais para compartilhar informações”, detalha Souza e Silva. CDL/BH adere à campanha Junho Vermelho para impulsionar doação de sangue “Sangue é um “remédio” insubstituível: não se fabrica, não se compra, não se vende. Dependemos, exclusivamente, da solidariedade das pessoas que comparecem aos Hemocentros, envolvidos pelo altruísmo. É a solidariedade que salva vidas. Você não precisa conhecer alguém para decidir doar sangue. Todos os dias, há pessoas que necessitam da transfusão para viver”, afirma a assessora de Captação e Cadastro da Fundação Hemominas, Viviane Guerra. Atualmente, a entidade é responsável por 91% do sangue transfundido no estado e contabiliza cerca de 23.000 doações efetivas de sangue/mês. Falta de informação e medo prejudicam doação No fim de 2021, a Abbott Brasil, empresa global de cuidados para a saúde, realizou um raio-x sobre o perfil do doador de sangue brasileira. O levantamento revelou que quase 50% dos brasileiros não doam por medo ou falta de informação e apenas 19% da população apta a doar realiza o ato com frequência. Entre as principais preocupações, os participantes disseram: não saber para onde o sangue vai e a quantidade coletada. O medo e o desconforto também são os sentimentos mais expressos, visto que a doação de sangue no Brasil é pouco frequente. Outros dados sobre o perfil do doador brasileiro • 9% disseram que doam apenas quando solicitadas (em casos de necessidade de familiares ou conhecidos). O perfil deste grupo é de homens entre 45 e 54 anos, de classe social média a alta, casados e com renda fixa. • 48% afirmam que a ação não faz parte da rotina. Neste caso, a principal motivação para que as pessoas doem sangue é quando acontecem desastres ou fatos de comoção pública. • 23% doam apenas pontualmente, ou seja, quando algum conhecido ou familiar precisa de ajuda. Sem dor, sem medo e quatro vidas salvas De acordo com a Hemominas, em uma doação são retirados cerca de 450 ml de sangue, procedimento que demora poucos minutos. Ao todo, o processo de doação, incluindo triagem, consulta e retirada do sangue dura cerca de 50 minutos. O volume colhido não faz falta ao doador e o organismo se encarrega, rapidamente, de sua reposição. Ainda segundo a Fundação Hemominas, a doação não aumenta o volume sanguíneo, não condensa ou dilui o sangue, não promove o aumento ou perda de peso e o processo não causa dor. A doação não traz nenhum prejuízo ou risco para quem a realiza. A triagem clínica é rigorosa e o candidato só doa sangue se estiver em boas condições de saúde. O material utilizado é descartável e não há risco de contrair doenças durante o procedimento. Os 450 ml de sangue doados podem salvar até quatro vidas. O material é destinado, especialmente, às vítimas de acidente, pessoas que são submetidas a procedimentos cirúrgicos ou em tratamento de doenças como talassemia e doença falciforme.