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Artigo – Micro e Pequenas empresas: um gigante de nossa economia

Sugestão de Pauta

Marcelo de Souza e Silva

Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH)

O Dia Nacional da Micro e Pequena Empresa, celebrado no dia 5 deste mês, nos traz um alerta: esse gigante de nossa economia precisa receber a devida atenção que merece. O Brasil possui quase 19 milhões de empresas de micro e pequeno porte, que são responsáveis por impactar 40% da população direta ou indiretamente com criação de postos de trabalho e geração de renda. Este número supera a população de países como Argentina, Reino Unido, França e África do Sul. Ofertar a esses profissionais incentivos é o melhor caminho para a geração de empregos e fomento da economia. 

Dos mais de 2 milhões de estabelecimentos registrados em Minas Gerais, 96% deles estão enquadrados como microempreendedores individuais, microempresas ou empresas de pequeno porte, de acordo com a Plataforma DataSebrae, que consolida dados sobre os pequenos negócios. A força das micro e pequenas empresas ganha destaque principalmente nas atividades de Comércio e Serviços, que juntas respondem por cerca de 70% do PIB de Minas Gerais.

O setor é o maior gerador de empregos em nosso estado. Dos 4,8 milhões de postos de trabalho em Minas Gerais, mais de 70% estão vinculados ao setor de Comércio e Serviços. Na capital mineira, há uma participação ainda maior. O varejo, junto aos serviços, forma o segmento produtivo que mais emprega em nossa cidade, respondendo por 83% dos vínculos empregatícios.

Apoiar e oferecer o amparo necessário aos empreendedores e à sustentabilidade dos seus negócios é a forma mais rápida para impulsionar o desenvolvimento econômico do nosso estado e de nossa cidade. Experiências bem sucedidas, como o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), mostram como o crédito facilitado pode ser um apoio fundamental às empresas. 

Em 2020, o programa concedeu mais de R$ 37,5 bilhões em empréstimos para cerca de 517 mil empreendedores. Associados da CDL/BH tiveram acesso a mais de R$ 2 milhões do Pronampe ao longo dos dois últimos anos. Esses recursos os ajudaram a manter seus negócios em pleno funcionamento. 

Temos que oferecer a esses profissionais estrutura para construir um negócio duradouro. É preciso romper o ciclo de mortalidade das pequenas e micro empresas e torná-las longevas e exitosas. Já está mais que provado que a força e o desenvolvimento de nossa economia estão na existência e na resistência dessas empresas. Elas vivem a realidade do setor produtivo, por isso, precisam ter voz, atenção e, a partir disso, poder público e entidades representativas construírem políticas e ações que as façam desenvolver, gerar emprego e renda. 

Felizmente, o país volta a respirar mais aliviado após dois anos e meio de incertezas. Ainda não estamos no cenário ideal, mas podemos dizer que o pior da crise já passou. Agora é preciso pensar em médio e longo prazo, ajudar na estruturação das micro e pequenas empresas e dar a esses empreendedores a segurança de um caminho próspero.  A real recuperação de nossa economia passa por eles.