Imprensa - 7 de abril de 2016 Aumenta o pessimismo dos empresários quanto ao cenário econômico, aponta pesquisa da CDL/BH Sugestão de Pauta A desaceleração da atividade econômica e a percepção de piora no ambiente de negócios tem afetado a confiança dos empresários. Esse pessimismo pode ser medido pelo resultado do Indicador de Confiança do Empresário da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) que registrou 34,2 pontos, número bem abaixo do nível neutro de 50 pontos. Em outubro de 2015, o mesmo Indicador ficou em 39,3 pontos. A pesquisa ouviu 245 empresários dos setores de comércio e serviços de Belo Horizonte e Região Metropolitana no período de 11 de fevereiro a 30 de março. Os empresários das micro e pequenas empresas foram os mais impactados pelas mudanças no cenário macroeconômico nos últimos seis meses. O índice de confiança entre os empresários da pequena empresa (de dez a 49 empregados) foi de 33,9 e entre os da micro (até nove empregados) ficou em 34,0. Segundo o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, as pequenas empresas possuem menos recursos para fazer investimentos e, por isso ficam mais vulneráveis em meio à crise. Entre as empresas de médio e grande porte o indicador de confiança ficou em 37,7 e 40,9 pontos, respectivamente. Gráfico 1: (Indicador de Confiança, Porte das Empresas) Micro-empresa = até 9 empregados Pequena = de 10 a 40 empregados Média = de 50 a 99 empregados Grande = mais de 100 empregados Confiança na economia do país – A pesquisa também mensurou a percepção dos empresários da capital quanto à economia brasileira nos últimos seis meses. Para a maior parte dos entrevistados (93,1%) o cenário piorou ao longo do período avaliado. O presidente da CDL/BH atribui esse pessimismo ao aumento da inflação, a elevação da taxa de juros e o crescimento da inadimplência entre os consumidores. O indicador dos empresários nessa questão registrou 15,5 pontos. Gráfico 2 (Percepções sobre condições da economia brasileira nos últimos seis meses) A expetativa quanto à situação econômica do país para os próximos seis meses também segue negativa, segundo 47,4% dos empresários. Para Falci, o impasse no cenário político está reforçando a crise de confiança dos empresários. “A falta de propostas e medidas efetivas do governo para tentar reverter a crise econômica acaba gerando um ciclo vicioso de descrédito na economia do país”, explica. A pontuação desse indicador ficou em 40,7. Gráfico 3 (Expectativa para situação econômica do Brasil nos próximos seis meses) Confiança nos negócios – A percepção dos empresários quanto à situação financeira das suas empresas também foi analisada pela pesquisa. Para a maioria dos entrevistados (74,7%), a condição financeira da empresa piorou nos últimos seis meses. Os que não perceberam nenhuma alteração somam 20,4%. E 4,9% observaram melhora. Nessa questão o indicador registrou 25,0 pontos. Gráfico 4 (Percepção sobre condições financeiras do próprio negócio nos últimos seis meses) Quando perguntados sobre a expectativa financeira de sua empresa para os próximos seis meses, a maioria dos entrevistados (36,2%) respondeu que está pessimista. Apesar do cenário econômico desfavorável ao consumo, 33,7% dos empresários estão confiantes em relação aos seus negócios. “Isso é explicado pelo fato de que muitos acreditam que uma gestão eficiente de sua própria empresa, pode ajudar a enfrentar as dificuldades impostas pela crise”, disse o presidente da CDL/BH. Os que acreditam que a situação do seu negócio continuará igual somam 30,0%. O indicador de confiança desse item registrou 48,7 pontos. Gráfico 5 (Expectativa para situação financeira do próprio negócio nos próximos seis meses) Gráfico 6 (Histórico de resultados) Gráfico 7 Metodologia – O Indicador de Confiança do Empresário realizado pela CDL/BH é formado por quatro indicadores individuais, sendo eles: condições atuais da economia brasileira, condições atuais do próprio negócio do empresário, expectativa para a economia brasileira e expectativa para o próprio negócio do empresário. A média desses indicadores é utilizada para o cálculo do indicador de confiança dos empresários. Quando um desses indicadores vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a cem. Onde zero indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais da economia e dos negócios “pioraram muito” e cem indica a situação limite em que todos os entrevistados consideram que as condições gerais “melhoraram muito”.