Imprensa - 16 de abril de 2018 Belo-horizontinos estão menos endividados Sugestão de Pauta O decréscimo da inflação, da taxa de juros, do desemprego e o crescimento da renda real estão possibilitando, aos consumidores da capital, a quitação de débitos. Isso é o que aponta o Indicador de Dívidas em Atraso junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). De acordo com a pesquisa, em março, na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Mar.18/Mar.17,) houve redução de 7,64% no número de dívidas em atraso. Na comparação mensal (Mar.18/Fev.18), a queda foi de 0,99% no número de débitos. Para a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, com a retomada do crescimento da economia, mesmo em níveis ainda modestos, os consumidores estão buscando pagar as contas atrasadas e voltar ao mercado de consumo. “A inflação controlada, os juros em queda e o início da retomada do emprego são fatores que levam a um aumento dos rendimentos. Com isso, as pessoas vêm conseguindo realizar o pagamento de suas dívidas e, em um segundo momento, passam a contar com renda disponível para consumir”, explica Ana Paula. A maioria das dívidas (3,92%) está entre as pessoas com mais de 65 anos. A economista afirma que nessa faixa de idade encontram-se pessoas responsáveis financeiramente pelas famílias e aposentados. “Esses consumidores foram impactados pelo aumento do custo de vida, que não foi acompanhado pelo crescimento da renda. Essa faixa etária é uma das que mais sofre com a alta de preços de remédios, do plano de saúde e dos alimentos”, esclarece. Já na abertura por gênero do devedor, o número de dívidas apresentou queda em ambos os gêneros (feminino em 7,81%/masculino em -8,07%). Inadimplência de pessoas físicas aponta queda Em março houve queda de 2,83% no número de pessoas físicas inadimplentes, comparando-se com o mesmo mês no ano anterior (Mar.18/Mar.17). Em 2017, a inadimplência encontrava-se em alta devido ao cenário macroeconômico adverso. A desaceleração de indicadores, como inflação (IPCA Fev.17 em 0,33%/Fev.18 em 0,32%/acumulado dos últimos 12 meses em 2,84% – IBGE), da taxa de juros (Mar.18 em 6,50%/Mar.17 em 12,25% – Banco Central), da taxa de desemprego (4º tri.17 em 11,3%/ 3º tri.17 em 14,5%/4º tri.16 em 11,5% – IBGE) e aumento do rendimento real (4º tri.17/4º tri.16 em 4,9% – IBGE), criaram um ambiente propício para que as pessoas quitassem suas dívidas e reduzissem a inadimplência. Na base de comparação mensal (Mar.18/Fev.18) houve queda de 0,24% no número de pessoas endividadas. A economista da CDL/BH afirma que ter disciplina na hora de consumir e manter um planejamento financeiro é indispensável para controlar os gastos. “Isso possibilita que os consumidores mantenham suas contas em dia, evitando situações de endividamento que possam comprometer a saúde financeira em longo prazo”, ressalta. O número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24, anos apresentou queda de 28,35%, sendo os menos endividados no mercado. O resultado se dá pela entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho. Enquanto a quantidade de devedores, entre 50 e 84 anos, é responsável pelas maiores altas (+6,52%). A análise por gênero mostra que a inadimplência entre as mulheres (-2,45%), mesmo com decréscimo, está em menor intensidade de queda, do que os homens (-3,81%). Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso.