Imprensa - 27 de março de 2018 Com mais renda disponível, consumidor tem destinado recursos para pagamento de dívidas Sugestão de Pauta A melhora no ambiente econômico possibilitou a redução da inadimplência entre os belo-horizontinos no mês de fevereiro. De acordo com o indicador de inadimplência do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), na base de comparação anual (Fev.18/Fev.17), a quantidade de consumidores com o nome inscrito nos cadastros de devedores reduziu 2,56%. A desaceleração da inflação (IPCA de Jan.17 em 0,38/IPCA de Jan.18 em 0,29% – segundo o IBGE) e da taxa de desemprego (4º Tri.17 em 10,6%/3º Tri.17 em 12,3%), junto a outros fatores, está viabilizando a quitação das dívidas. “A volta ao mercado de trabalho, atrelada à redução da inflação, permitiu um aumento na renda disponível dos consumidores. Com isso, parte dos recursos está sendo destinada ao pagamento de débitos em atraso”, esclarece a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. Na variação mensal (Fev.18/Jan.18), houve queda de 0,20% no endividamento. A inadimplência entre os mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, apresentou queda de 27,37%, representando a classe menos endividada no mercado. O resultado é justificado pela entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho, que sem renda consomem menos. Enquanto a quantidade de devedores, entre 50 e 84 anos, apresentou alta de 4,81%, sendo os mais endividados. A análise segmentada por gênero mostra que a inadimplência entre as mulheres (-2,11%), mesmo apresentando decréscimo, está em menor intensidade de queda, do que em relação aos homens (-3,60%). Dívidas em atraso de pessoas físicas apresentam decréscimo Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Fev.18/Fev.17), o número de dívidas dos consumidores da capital caiu 7,19%. Esta queda é reflexo do decréscimo da inflação, da taxa de juros e do crescimento do rendimento real, que possibilitou a muitos a regularização das contas atrasadas. Já na variação mensal (Fev.18/Jan.18), a redução foi de 0,20%. A maioria dos consumidores, que ainda estão com débitos em atraso, são os com idade acima dos 65 anos, que somam 2,86%. Na abertura por gênero do devedor, houve redução dos débitos em patamares próximos em ambos os sexos. Para as mulheres, a queda foi de 7,59%, e entre os homens de 7,35%. inadimplência das empresas cresce, mas aumento é menor que em 2017 Em fevereiro de 2018 houve crescimento de 6,79% do número de pessoas jurídicas inadimplentes, na comparação com o mesmo mês de 2017. Apesar de ter havido alta, o indicador vem apresentando decréscimo em relação a 2017 (9,32%). “Em 2017 a economia demostrou sinais de melhora consistentes. Alguns setores retomaram as vendas e as taxas de juros cederam, tornando a renegociação de dívidas menos onerosa”, explica Ana Paula. Na base de comparação mensal (Fev.18/Jan.17), houve um crescimento de 0,98% no número de pessoas jurídicas inadimplentes em Belo Horizonte. O setor de serviços permanece sendo o com a maior quantidade de empresas devedoras. Na comparação anual (Fev.18/Fev.17), esse segmento registrou alta de 9,0%. Os demais segmentos comportaram-se da seguinte forma: indústria (+6,29%); comércio (+5,99%); agricultura (-10,20%) e outros tipos de estabelecimentos (-7,62%). Empresas de Belo Horizonte permanecem com dívidas, mas ritmo de crescimento desacelera O indicador de dívidas de pessoas jurídicas em atraso junto ao SPC da CDL/BH apresentou em fevereiro, na comparação com o mês anterior, uma alta de 0,72%. Na variação anual (Fev.18/Fev.17), foi verificado um aumento no número de dívidas de 5,07%. Mesmo com aumento nas duas bases de comparação, o indicador vem crescendo em ritmo mais lento relação a 2017 e 2016. “Com o cenário econômico apresentando sinais de melhora, as empresas buscam quitar suas dívidas para obter novamente crédito para investimentos”, comenta a economista da CDL/BH. O número médio de dívidas de pessoas jurídicas em fevereiro de 2018 foi de 2,01 por empresa. No mesmo período do ano anterior, era de 2,04 por CNPJ. Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso.