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Comércio de Minas Gerais encerra primeiro trimestre com redução de contas em atraso

Sugestão de Pauta

Segundo levantamento da CDL/BH, transações de curto prazo favorecem empresas a ter dinheiro em caixa mais rápido. Já a agricultura é o setor com maior inadimplência. Valor médio devido por CNPJs ultrapassa os R$ 6 mil

As empresas mineiras do setor de comércio encerraram o primeiro trimestre de 2024 com redução na inadimplência. De acordo com levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), com base nos dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), a trajetória de negativação de CNPJs do setor foi a seguinte: janeiro (4,74%), fevereiro (2,31%), março (3,5%). 

“Como essa atividade trabalha, em sua  maioria, com transações de curto prazo, consegue ter dinheiro em caixa mais rápido, reduzindo as chances de contas em atraso. De fevereiro para março notamos um aumento do registro de negativados, que pode ser atribuído a uma combinação de condições econômicas adversas como pressões sazonais, aumento dos custos operacionais, redução do consumo e possíveis desafios contínuos relacionados à pandemia”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. 

Em contrapartida, o setor de Agricultura foi o que encerrou o trimestre com o maior registro de CNPJs no cadastro de inadimplentes: 19,54%. Em janeiro o índice era de 18,5% e, em fevereiro, 18,74%. Na Indústria, a trajetória da inadimplência foi de 4,62%, em janeiro; 2,67%, em fevereiro, e 3,87%, em março. Já nos Serviços, o indicador foi de 7,53% (janeiro), 5,06% (fevereiro) e 5,39% (março).  

O valor médio devido por cada setor é:

  • Agricultura: R$ 8.095,65
  • Comércio: R$ 7.212,07
  • Indústria: R$ 6.833,63
  • Serviços: 6.184,21

“Ainda que o valor médio devido pelo comércio seja significativo, o número de empresas registradas como inadimplentes vem diminuindo com frequência. Isso significa que a atividade vem se mostrando resiliente frente às mudanças econômicas como programas de renegociação de dívidas e redução da Selic”, detalha a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. 

Inadimplência cresce entre as empresas do Estado

De forma geral, a inadimplência entre as pessoas jurídicas do Estado cresceu 7,6% no fim do primeiro trimestre de 2024. No mesmo período de 2023, o indicador estava em 6,91%. O valor médio devido pelas empresas, em março deste ano, era de R$ 6.409,24. Segundo o relatório da CDL/BH, em comparação a fevereiro, houve um aumento tanto no número de CNPJs negativados (6,71%), quanto na quantia média devida (R$ 6.339,70).

“Desde de 2022, observamos um aumento  constante no valor médio das dívidas das empresas mineiras. Esse crescimento é atribuído à alta taxa de juros,  que resulta em um encarecimento das dívidas e dificulta possíveis negociações”, afirma Marcelo de Souza e Silva. 

O dirigente aponta ainda outros fatores que têm contribuído para a inadimplência das empresas mineiras. Dentre eles estão “a falta de uma gestão eficiente de fluxo de caixa em curto prazo, aliada a  fatores sazonais como queda nas vendas, atraso no  recebimento de pagamentos de clientes ou aumento nos custos operacionais, afetam a capacidade de pagamento das empresas”, conclui.

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 Foto: José Cruz/Agência Brasil/Arquivo