Imprensa - 31 de março de 2021 Comércio varejista de Belo Horizonte começou 2021 com queda de 5,48% nas vendas Sugestão de Pauta Pesquisa da CDL/BH revela que retração é a maior desde 2015 e foi impulsionada pelo longo período de fechamento O comércio de Belo Horizonte iniciou 2021 com uma forte queda nas vendas. A pesquisa ‘Termômetro de Vendas’ da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) revelou que o mês de janeiro registrou recuo de 5,48% frente ao mesmo mês do ano de 2020. “Ao longo de 2020, o comércio da capital ficou por cinco meses de portas fechadas. Isso impactou diretamente nas vendas. O reflexo desse fechamento, o desemprego, o fim do auxílio emergencial e a pressão inflacionária levaram a uma mudança no comportamento do consumidor. As pessoas estão fazendo uma reserva financeira, evitando comprar bens que não sejam de primeira necessidade e procurando não contrair dívidas por um longo período”, analisa o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. Queda e crescimento por setores Na comparação anual (Jan.2021/Jan.2020) o setor de vestuário e calçados foi o que mais sofreu queda, com recuo de 9,73%. Em seguida, papelarias e livrarias (- 9,1%), veículos e peças (- 8,57%), eletrodomésticos e móveis (- 8,56%) e informática (- 8,23%). Os segmentos que registraram crescimento foram artigos diversos (4,85%), material elétrico e de construção (3,32%), supermercados (2,56%) e drogarias e cosméticos (0,35%). Na análise mensal (Jan.2021/Dez.2020), os destaques de crescimento na capital ficaram com os setores de drogarias e cosméticos (2,36%), artigos diversos (1,49%), supermercados (1,02%) e material elétrico e de construção (0,71%). Já a retração foi puxada por vestuário e calçados (- 7,84%) e papelarias e livrarias (- 3,79%). Políticas econômicas De acordo com a pesquisa, essa é a pior retração desde 2015, quando o país estava em recessão econômica. Com o fechamento do comércio, a queda da renda da população e a mudança no comportamento dos consumidores devido às incertezas, o indicador quebrou a tendência de avanço. “A pandemia do coronavírus desencadeou uma crise econômica que impactou negativamente as expectativas do comércio. Tivemos um aumento do desemprego, fechamento de empresas e, infelizmente, maiores índices de desigualdade social. Entretanto, a vacinação faz com que as expectativas para este ano sejam melhores. Teremos, sim, grandes desafios na economia e precisamos que as reformas estruturais sejam aprovadas”, analisa o presidente da CDL/BH. Ainda segundo o dirigente, somente com novas políticas econômicas focadas no setor de comércio e capazes de aumentar a confiança interna e externa e atrair capital produtivo, será possível gerar emprego e renda e, por consequência, crescimento econômico.