Imprensa - 10 de junho de 2015 Consumidor de Belo Horizonte bate recorde no número de dívidas em atraso Sugestão de Pauta Com orçamento apertado em função do aumento no custo de vida, os consumidores da capital mineira estão acumulando dívidas. De acordo com pesquisa de inadimplência da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) houve aumento de 2,28% no número de dívidas em atraso junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da entidade quando comparado maio com o mês anterior. Esse é o maior aumento para o mês de maio desde o início da série histórica em 2011 (gráfico abaixo). “Com a perda na renda em função da inflação, os consumidores estão com maior dificuldade de pagar suas contas”, explicou a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. Variação Mensal – Número de dívidas (Imagem 1) Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Maio/14) foi verificado um crescimento de 3,25%. Para a economista da CDL/BH esse aumento demostra o efeito corrosivo da inflação sobre a renda das famílias que aliada a taxas de juros elevadas e falta de planejamento financeiro levam o consumidor a não conseguir quitar as dívidas. “Grande parte da população não tem o hábito de fazer um planejamento financeiro e muitas vezes compram por impulso. E agora com o aumento da inflação fica mais difícil fazer esse planejamento, já que existe uma perda constante na renda e uma alta no custo de vida”, disse Ana Paula. Variação anual – Número de dívidas (Imagem 2) Perfil – No mês de maio de 2015, a maioria das dívidas no SPC da CDL/BH (25,31%), incide sobre a faixa etária acima de 50 anos, com maior concentração no intervalo de idade entre 50 e 64 anos (8,41%). Essa faixa etária corresponde às pessoas ainda responsáveis financeiramente pelas famílias e que claramente estão sentindo mais o peso do aumento do custo de vida. Variação anual de dívidas por faixa etária (Imagem 3) Tempo de atraso – No que diz respeito ao tempo de atraso de dívida, o intervalo que apresentou maior concentração foi o de até 3 a 5 anos, com 10,68%. Ana Paula Bastos afirma que “com a alta da inflação pressionando o custo de vida, muitas pessoas que consumiram principalmente com crédito a longo prazo e não fizeram um planejamento de suas compras, se viram sem ter como honrar suas dívidas, refletindo no aumento desse intervalo de tempo”. Variação anual por tempo de atraso da dívida (Imagem 4) Pessoas inadimplentes – Já com relação ao número de pessoas físicas inadimplentes junto ao SPC da CDL/BH, houve alta de 1,73% em maio na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Este resultado está atrelado a piora nos indicadores macroeconômicos, como emprego, aumento da inflação e da taxa de juros que dificulta a negociação das dívidas. Pode–se observar que esse é o menor resultado para essa base desde maio de 2012 (4,84%), quando o consumo estava aquecido devido aos incentivos fiscais e taxa de juros e inflação em patamares menores. Hoje o resultado não é maior, pois o consumo está menos aquecido, mas existe uma piora nos indicadores macroeconômicos. . Pessoas inadimplentes – Variação anual (Imagem 5) Na base de comparação mensal (Maio/2015–Abril/2015), o crescimento foi de 0,99%. Da mesma forma que ocorreu em abril (0,85%) o número de inadimplentes em maio mostrou um avanço significativo. De acordo com a economista da CDL/BH, este crescimento é reflexo da sazonalidade do mês (maio contou com a comemoração do Dia das Mães) e também da maior dificuldade dos consumidores em quitarem suas dívidas. A abertura por tempo de atraso da dívida mostrou, em comparação a maio de 2014, queda em duas das cinco faixas de período. De 91 a 180 dias apresentou queda de 11,72%. De 181 a 360 dias teve redução de 2,06%. A maior alta foi na faixa de 3 a 5 anos (6,41%). Variação anual de pessoas Inadimplentes por faixa de tempo (Imagem 6) No mês de maio de 2015 em comparação com o mesmo mês de 2014, o número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, apresentou queda de 17,21%, seguindo a tendência de queda observada desde fevereiro de 2013. Já a quantidade de devedores mais velhos (acima de 50 anos) mostrou a maior variação entre as categorias (+24,79%). Variação anual de devedores por faixa etária (Imagem 7)