Imprensa - 20 de agosto de 2018 Consumidores acima de 65 anos de idade são os mais inadimplentes na capital Sugestão de Pauta Seguindo a tendência confirmada desde o início do ano, os idosos da capital continuam sendo os mais endividados. Em julho, houve um crescimento de 16,41% da inadimplência entre as pessoas com mais de 65 anos. A economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Ana Paula Bastos, afirma que a faixa etária de 65 a 94 anos segue sendo a com mais registros nos cadastros de devedores devido ao aumento do custo de vida. “As pessoas nessa faixa etária são aposentadas e muitas vezes as responsáveis financeiras da família. Elas, além de sofrerem uma redução em sua renda, têm um aumento de gastos com a saúde, alimentação, o que impede que elas destinem seus recursos para o pagamento dos débitos”, explica. Segundo o IBGE, a renda real média das pessoas com mais de 60 anos teve uma queda de 6,4% no primeiro trimestre de 2018, comparada ao mesmo período do ano passado (1º tri.18 em R$ 3.174 / 1º tri.17 em R$ 3.392). Já o número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, apresentou queda de 24,35%, sendo os menos endividados no mercado. Em julho, na comparação anual (Jul.18/Jul.17) houve um crescimento de 1,17% no número de pessoas físicas inadimplentes. Esse crescimento pode ser justificado pela taxa de desemprego que segue alta (1º tri.18 em 13,9%/ 1º tri.17 em 14,5% – IBGE), e pela elevação da inflação (4,48% no acumulado dos últimos 12 meses – IBGE), que impacta diretamente no custo de vida da população. “Com menos renda disponível, as pessoas estão com sua capacidade de pagamento comprometida e não estão conseguindo manter todas as contas em dia”, comenta Ana Paula. Os atrasos no pagamento dos servidores públicos estaduais também afetou este resultado. Já na variação mensal, o número de pessoas inadimplentes sofreu recuo de 0,74%. O pagamento da primeira parcela do 13º salário dos servidores municipais contribuiu para essa redução. Na comparação por gênero, a inadimplência teve queda entre os homens de -0,12% e apresentou um crescimento de 0,79% para as mulheres. Essa diferença se dá pelo fato do desemprego ainda ser maior no público feminino (Mulheres em 16,1% no 1º tri.18/ Homens em 11,9% no 1º tri.18 – IBGE), e por elas terem um rendimento médio menor em relação aso homens ( Mulheres R$ 2.444 / Homens R$ 3.607 – IBGE). Número de dívidas cai em Belo Horizonte O indicador de dívidas em atraso junto, ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da CDL/BH, apresentou um decréscimo de 4,02% na variação anual (Jul.18/Jul.17). Já na comparação mensal (Jul.18/Jun.18), houve uma queda de 1,06% no número de dívidas. “À entrada de capital extra, via PIS/Pasep, possibilitou que os consumidores quitassem alguns débitos”, afirma Ana Paula. Já na abertura por gênero do devedor, o número de dívidas apresentou queda em ambos os gêneros (feminino em -4,7%/masculino em -4,87%). Entre as faixas etárias, a maioria das dívidas (13,41%) está entre as pessoas com mais de 65 anos. Inadimplência e número de dívidas entre as pessoas jurídicas aumentaram em julho O volume de empresas endividadas cresceu 8,18% em julho na comparação com o mesmo período do ano passado (Jul18/Jul.17). Já na variação mensal (Jul.18/Jun.18), houve aumento de 0,1% da inadimplência. “Por mais que a economia do País venha apresentando sinais de melhora desde o ano passado, o mercado de trabalho continua desaquecido, a perda de renda real dos últimos anos ainda não foi totalmente recuperada e a inadimplência dos consumidores ainda é alta. Estes fatores impactam diretamente na propensão ao consumo das famílias e nas receitas das empresas”, esclarece Ana Paula. O número de dívidas das empresas da capital, na comparação mensal (Jul.18/Jun.18), apresentou crescimento de 0,09%. Já na variação anual (Jul.18/Jul.17), a quantidade de contas em atraso aumentou 5,48%. “O aumento das dívidas entre as pessoas jurídicas está ligada a elevação do custo de vida gerado pela elevação da inflação. Com menos recursos as pessoas tendem a consumir menos e consequentemente as empresas passam a ter um retorno menor”, explica a economista da CDL/BH. O número médio de dívidas de pessoas jurídicas em julho de 2018 foi de 1,98% por empresa. No mesmo período do ano anterior, era de 2,03 por CNPJ. Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso.