Imprensa - 9 de outubro de 2017 Consumidores usariam mais o transporte público para realizar suas compras, caso o serviço fosse mais eficiente e barato Sugestão de Pauta A mobilidade urbana tem um grande impacto na economia de uma cidade e no bem-estar de seus habitantes. As condições do trânsito e do transporte refletem e alteram todos os setores da sociedade e o dia a dia das pessoas. Interferem, inclusive, nos hábitos de consumo da população. A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) realizou uma ampla pesquisa para entender o impacto que a mobilidade urbana tem no comportamento dos consumidores da capital e na escolha dos meios de transporte utilizados para o consumo. O levantamento foi feito em todas as nove regionais de Belo Horizonte, abrangendo a população de jovens, adultos e idosos e as classes sociais “A/B”, “C/D” e “E”. Um dos principais resultados apontado pela pesquisa foi que as pessoas optariam pelo transporte coletivo para realizar suas compras, caso fosse oferecido um serviço de qualidade e com preço justo. Dos entrevistados, 40,9%, afirmaram que sempre utilizariam o transporte público e 18,1% quase sempre. Na estratificação da pesquisa por classe social, neste item, 44,7% dos consumidores da classe A/B, que possui maior acesso a meios de locomoção individual, como o carro, responderam que optariam por essa modalidade de transporte, se houvesse aperfeiçoamento no serviço ofertado. As melhorias também seriam bem aceitas por consumidores das classes “C/D” (55,8%) e “E” (55,8%), e seria percebido principalmente pelas mulheres (67%). Para Marcos Inneco Correa, vice-presidente da CDL/BH, estes dados comprovam a necessidade de pensar políticas que aprimore o transporte público. “O transporte coletivo, como indicado na pesquisa, ainda é a solução mais efetiva para melhorar o tráfego em uma grande cidade. Por isso, é necessário, o aperfeiçoamento do nosso sistema, tornando-o mais eficiente para a população e com qualidade do serviço e tarifas adequadas, mas sem restrição de uso de qualquer outro modal, pois, isto restringiria o acesso aos centros comerciais”, afirma. “Investimentos em mobilidade impactam não só o desenvolvimento econômico de uma cidade, mas também na condição de vida de seus habitantes”, comenta. Ainda sobre transporte, a pesquisa mapeou quais os meios mais utilizados pelas pessoas em cinco momentos diferentes: trabalho, educação, lazer, saúde e consumo. Para ir trabalhar a maioria utiliza o ônibus (52,6%). Depois aparecem: carro (26,2%); motos (9,8%); metrô (5,6%); a pé (5,4%); aplicativos de transporte. Já para consumir, a preferência de 39,9% é o carro. Em seguida: ônibus (31,9%); aplicativos de transporte (9,6%); moto (6,7%); metrô (6,4%); a pé (5,5%); taxi (0,6%). Para estudar, o ônibus é a principal escolha de 45,8% dos entrevistados. Os demais são: carro (29,9%); moto (12,9%); a pé (4,3%); van (3,3%); metrô (2,3%); aplicativos de transporte (1%). Nas horas de lazer, 41,7% usam o carro. Os próximos são: ônibus (31,4%); aplicativos de transporte (9,4%); moto (7,9%); metrô (5,4%); a pé (3,7%); taxi (0,6%). E, para ia ao médico/consultas/hospitais o ônibus também é o mais utilizado (38,3%), seguido por carro (35,9%); aplicativos de transporte (7,8%); a pé (7,4%); moto (6,6%); metrô (2,3%); taxi (1,7%). Segurança influencia e até determina onde população realiza suas compras A segurança é outro ponto de extrema relevância para entender os hábitos de consumo, principalmente para as mulheres. De acordo com a pesquisa, em comparação com os homens, 61,2% das consumidoras levam em consideração a segurança do centro comercial, na hora de realizar as compras. Já quando vão consumir nos shoppings, tanto o sexo feminino quanto o masculino afirmaram se sentir protegidos na mesma proporção, aproximadamente 50%. Garantir que as pessoas possam efetuar suas compras com tranquilidade e sem temor é fundamental, afirma Marcos Innecco. “A segurança pública é um problema recorrente em todos os âmbitos da sociedade. Por medo de serem assaltadas, e muitas vezes agredidas, as pessoas buscam locais que consideram mais seguros, para adquirir as mercadorias que necessitam,” conclui. 41,1% das pessoas preferem comprar em centros comerciais. Entre elas, 53% pertencem à classe “E” Na hora de ir às compras, 41,1% das pessoas optam pelas lojas de rua. Os consumidores que escolhem os centros comerciais são em sua maioria mulheres (53,5%), com idade entre 25 a 34 anos (33%) e pertencentes à classe social “E” (53%). E as lojas da região do Hipercentro são as preferidas por 72,6% dos entrevistados. Os motivos mais relevantes que levam esses consumidores aos centros comerciais são: variedade de produtos/serviços (50,9%); preço (32,9%) e localização (7,2%). Os finais de semana são os dias que as pessoas mais frequentam esses lugares (60,5%), após aparecem os dias da semana no período da manhã (16%). Roupas/calçados/acessórios são os produtos mais adquiridos (41,4%). As compras de supermercados ficam em segundo lugar com 20% das respostas. Para chegar até estes locais, as pessoas utilizam, preferencialmente, os ônibus (45,3%) e os carros (21,5%). Na análise por classe social, por possuir maior acesso a meios de locomoção individuais a “A” vai até estas lojas de carro (52%). Já a “C/D” (44,6%) e “E” (46,5%) vão de ônibus. Os shoppings centers são escolhidos por 44,2% das pessoas para consumir. A classe social “A/B” é a que mais compra nos shoppings (90,3%), seguida pela “C/D” (72,1%) e “E” (55,6%). A faixa etária que mais frequenta o local são os mais velhos, 100% dos entrevistados idosos fizeram essa afirmação, por considerar mais seguro e confortável. Após, vem os jovens-adultos (71,4%), os jovens (65,9%) e os adultos (60,5%). E, essas pessoas de todas as classes costumam ir aos shoppings, segundo a pesquisa, principalmente aos finais semana (73,2%) e durante a semana a noite (11,5%). As mercadorias mais consumidas são as roupas/calçados/acessórios (40,9%) e os cosméticos/perfumaria/maquiagem com 25,3%. A presença de estacionamento é um atributo valorizado, principalmente para os homens A disponibilidade de estacionamento é outro item significativo e que altera a decisão de consumo. Para o público masculino (50,1%), ter um local fácil e próximo à loja para estacionar contribui positivamente na decisão de frequentá-la. E 44,1% dos homens afirmaram que a ausência de estacionamento interfere na decisão de onde fazer as compras, entre o sexo feminino (31,7%), consideram este fator quando saem para consumir. Os consumidores da classe A/B são os mais influenciados pela presença (84,5%) e ausência (74,5%) de um local para deixar os veículos. “Para quem vai as compras de carro é imprescindível ter um local de fácil acesso e seguro para deixar seu veículo. As lojas que conseguem oferecer ou ter por perto locais de parada acabam sendo as escolhidas, pois é um conforto a mais para os clientes”, comenta o vice-presidente da CDL/BH. “Assim, quanto maior for a disponibilidade de estacionamentos, principalmente as vagas nas ruas, melhor será para todos. Consumidor e lojista ganham com isso”, conclui. Considerando as respostas gerais, 42,3% dos entrevistados são sempre e quase sempre influenciados a frequentar determinado estabelecimento comercial pela presença de estacionamento fácil e próximo. E a ausência é determinante sempre e quase sempre para 37,8%.