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Em três meses de campanha educativa na capital, acidentes com motocicletas reduziram 14,66% e a economia para os cofres públicos ultrapassou os R$ 8 milhões

Sugestão de Pauta

A cada ano o número de motocicletas que circula em Belo Horizonte aumenta. De acordo com dados do Detran-MG, a quantidade de motos na capital mineira saltou de 149.046, em 2009, para 222.032 até a metade de março deste o ano. A frota de motocicletas já representa 10,8% do total de todos os automóveis da cidade. Mas, apesar deste crescimento, os condutores estão mais conscientes em relação à utilização dos equipamentos de segurança, da manutenção preventiva de seus veículos e da pilotagem segura. Prova disto é que houve queda de 14,66% no número de acidentes envolvendo motociclistas durante os meses de agosto, setembro e outubro do ano passado, comparando-se com o mesmo período de 2017, de acordo com dados de atendimentos no Hospital João XXIII. Como reflexo dessa redução, a economia aos cofres públicos está em torno de R$ 8,9 milhões e 204 motociclistas a menos se acidentaram.

Para o diretor da Câmara Setorial Duas Rodas Moto da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Milton Furtado, a diminuição dos acidentes envolvendo motociclistas é resultado de uma mudança de comportamento dos condutores. “O que se deve, sobretudo, às campanhas educativas, como a Ande Seguro, que é realizada pela Entidade desde 2014”, cometa Furtado.

 

A campanha, que ocorreu de 7 de agosto a 25 de outubro do ano passado, realizou 17 paradas educativas em pontos estratégicos de Belo Horizonte, com a participação de 3.200 motociclistas. Dentro das ações do Ande Seguro, foi feito um levantamento com 658 motociclistas com o objetivo de conhecer o histórico dos condutores de motos da capital. Por isso, foram incluídas novas perguntas no questionário respondido por quem passou pelas paradas educativas. Nesta nova fase da campanha foram abordados pontos como quantos quilômetros que o motociclista roda por dia, se ele já sofreou ou não acidentes, caso tenha sofrido quantos dias ficou parado por isso, se possui plano de saúde, entre outros. “Com isso conseguimos conhecer melhor quem são os motociclistas que circulam na capital e saber quais são as reais necessidades do setor”, comenta Furtado

No levantamento também foram avaliados itens como capacetes, luvas e calçados dos condutores e os freios das motocicletas. O resultado apontou estabilidade em todos os equipamentos de proteção do condutor. “Isso demonstra que os motociclistas estão cada vez mais atentos e conscientes quanto a importância do uso e conservação destes itens”, afirma o diretor da Câmara Setorial Duas Rodas Moto.

 

Quem são os condutores das motocicletas

 

Dos 658 entrevistados, a maior parte deles (41%) trabalha com motofrete. Em segundo lugar aparecem os motoristas (5%). Em seguida: vendedores (4%); empregados da construção civil (3%) e outras profissões (47%). “É possível perceber que a maioria das pessoas vêm utilizando a motocicleta como principal meio de condução para o trabalho, faculdade e lazer”, esclarece Furtado. Em relação ao gênero, 91% dos condutores são homens e apenas 9% mulheres e a maior parte dos entrevistados possui entre 31 e 40 anos.

 

Outro ponto levantado foi em relação a distância que os motociclistas percorrem por dia, e o resultado mostrou que a maior parte (38%) roda de 101 a 250 quilômetros.  

 

Maioria dos motociclistas já sofreu algum acidente e não possuem plano de saúde

 

Entre os entrevistados, mais da metade (54%) afirmou que já sofreu algum acidente de trânsito. “Esse percentual é elevado, por isso precisamos atuar para que cada vez ocorram menos acidentes envolvendo motociclistas”, justifica o diretor da Câmara Setorial Duas Rodas Moto. Como consequência desses acidentes, 39% dos motociclistas tiveram que se afastar de suas atividades profissionais pelo período de um mês a um ano. Já 25%  ficaram parados de um a 29 dias e 5% de um a três anos. “O tempo que essas pessoas passam fora do mercado de trabalho gera um grande prejuízo para a economia, pois elas deixam de produzir. Além disso, os gastos médicos devido aos acidentes são elevados”, explica Furtado.

Os entrevistados também foram perguntados sobre plano de saúde, sendo que a maioria (63%) respondeu que não tem acesso a esse serviço e depende do Sistema Único de Saúde (SUS).

 

Condições dos equipamentos de segurança seguem estáveis

 

Capacete – Segundo a pesquisa, 74% dos motociclistas estão com o capacete em boa condição. Já os que apresentaram estado razoável e ruim, neste ano, totalizaram 21% e 4%, respectivamente. De acordo com Furtado, este é um dado importante, pois o estado do capacete é determinante em casos de acidentes. “Além disso, também identificamos que os motociclistas estão utilizando Calçados (37%) e Jaqueta (27%) em bom estado de conservação”, acrescenta.

 

Freio – Já na análise do freio, 65% das motocicletas avaliadas apresentaram uma boa condição de uso, 33% demonstraram condição razoável e apenas 2% ruim. O coordenador da Câmara Setorial Duas Rodas afirma que esse índice tem um impacto considerável na redução de acidentes na capital.

 

Aumenta utilização de luvas em mal estado

Na avaliação das luvas, houve aumento de 9% na utilização de itens que são considerados ruins de 2017 (76%) para 2018 (85%). Milton Furtado explica que durante o uso da motocicleta, as mãos ficam muito expostas, sujeitas a queimaduras do sol e não escapam do contato abrasivo do asfalto em caso de queda. “Por isso, o motociclista deve usar luvas de qualidade e de bom material”, alerta.

Sobre a Câmara Setorial Duas Rodas – A Câmara Setorial Duas Rodas foi criada pela CDL/BH, em novembro de 2010, com o objetivo de diagnosticar, debater e agir de forma proativa em ações que contribuam para o desenvolvimento dos setores do motociclismo e do ciclismo na capital.

 

Em anexo os dados do setor