Imprensa - 27 de setembro de 2016 Empresários esperam queda de cerca de 10% no valor do presente para o Dia das Crianças Sugestão de Pauta De acordo com a pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), os empresários da capital estão receosos quanto ao desempenho das vendas para o Dia das Crianças. Prova disto é que a expectativa para o valor médio dos presentes teve uma redução de 10,22%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os comerciantes acreditam que o tíquete médio deste ano será de R$ 107,90. Já em 2015, essa intenção de venda era de R$ 120,18. (Gráfico 1) Segundo a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, essa redução no valor do tíquete médio já era esperado, considerando o atual cenário macroeconômico. “A inflação alta e os juros elevados estão corroendo o poder de compra das famílias”, afirma. “Com isso, o desempenho das vendas do comércio vem apresentando resultados negativos desde o início do ano. E este cenário acaba explicando a cautela do empresário para essa data comemorativa”, completa. Ao separarmos por faixas de valor as respostas sobre o tíquete médio do consumidor, a maioria dos empresários (66,3%) acredita que este valor não ultrapassará os R$ 100. Em seguida aparecem: de R$ 100,01 a R$ 150 (22,1%); de R$ 150,01 a R$ 200 (9,5%); de R$ 250,01 a R$ 300 (2,1%); de R$ 300,01 a R$ 400 (3,2%) e de R$ 400,01 a R$ 500 (1,1%). (Gráfico 2) O levantamento da CDL/BH também aponta o valor médio que o consumidor deve desembolsar, conforme o tipo de presente escolhido. Segundo os empresários, ao presentear com roupas, a compra deve ficar em R$ 101,98. Quem optar por calçados deve desembolsar cerca de R$ 83,75. Em seguida aparecem os brinquedos (R$ 79,17) e as balas, doces e bombons (R$ 50). (Gráfico 3) Expectativa – A expectativa de 37,0% dos empresários é de vendas piores ou muito piores neste Dia das Crianças. Já 31,0% dos entrevistados estão otimistas e esperam um desempenho melhor ou muito melhor do que o de 2015. Os comerciantes que acreditam em vendas semelhantes ao ano anterior totalizam 31,0%. Apenas 1,0% não respondeu. (Gráfico 4) Para Ana Paula, esses resultados refletem o momento de instabilidade da economia brasileira. “O empresariado sabe que ainda vai levar um tempo para que o setor produtivo e o consumo sejam estimulados”, afirma. “Mas um dado importante dessa pesquisa é que o número de entrevistados otimistas melhorou este ano. Em 2015, os que esperavam vendas melhores somavam 28,5%”, completa. Estoque – Mas o receio dos comerciantes quanto à desaceleração do consumo ainda é alta. Como reflexo disso, 45,0% dos empresários apostaram em um estoque semelhante ao Dia das Crianças de 2015. Os entrevistados que fizeram um estoque menor ou muito menor somam 38,0%. Já 12,0% dos comerciantes estão confiantes e, por isso investiram em um estoque maior para atender a demanda da data. Os que não responderam somam 5,0% dos entrevistados. (Gráfico 5) O presente – As roupas devem ser o item mais procurado pelos consumidores, de acordo com 38,9% dos empresários. Em seguida, aparecem os brinquedos e os calçados, citados por 24,1% e 22,2% dos entrevistados, respectivamente. Os demais produtos citados pelos empresários foram: bombons, doces e balas (3,7%); bicicletas e acessórios (2,8%); perfumes/cosméticos (2,8%); celular (1,9%); jogos eletrônicos (0,9%) e livros (0,8%). Os empresários que não responderam correspondem a 1,9% dos entrevistados. (Gráfico 6) Forma de pagamento – Perguntados sobre qual será a escolha do consumidor na hora do pagamento das compras, 63,0% dos empresários apostam no parcelado no cartão de crédito. Em 2015, esse índice era de 49,5%. “Os comerciantes sabem que a renda das famílias está cada vez menor devido ao encarecimento do custo e ao desemprego. Por isto, eles acreditam que as pessoas vão dividir a compra de forma que a parcela se encaixe no orçamento familiar”, explica a economista da CDL/BH. As demais formas de pagamento citadas pelos empresários foram: dinheiro (26,0%); à vista no cartão de crédito (4,0%); cartão de débito (2,0%) e parcelado no carnê/crediário (2,0%). Os que não responderam totalizam 3,0% dos entrevistados. (Gráfico 7) Estratégia de vendas – Para reverter esse cenário e trazer mais consumidores às lojas, 27,0% dos empresários vão apostar em promoção, valor atrativo dos produtos e liquidações. Segundo a economista da CDL/BH, grande parte dos consumidores está com o orçamento mais apertado. “Como reflexo disso, as pessoas ficam mais atentas à relação custo/benefício de cada item. E os empresários que percebem isso e modificam suas estratégias acabam ampliando suas possibilidades de venda”, afirma. As demais estratégias citadas foram: decoração (23,3%); divulgação dos produtos (12,6%); bom atendimento (11,9%); flexibilidade no pagamento, eventos, brindes e sorteios (10,7%) e qualidade/mix de produtos (10,7%). (Gráfico 8) Divulgação – Os empresários da capital também foram perguntados sobre como será a divulgação dos seus produtos, serviços e promoções neste Dia das Crianças. E a redes sociais apareceram em primeiro lugar, com a preferência de 38,2% dos entrevistados. Em seguida aparece a divulgação com cartazes e faixas na vitrine (28,2%). “Esses canais serão os mais utilizados devido ao seu baixo custo de investimento e ao alto retorno junto aos consumidores”, explica Ana Paula. As demais formas de divulgação citadas foram: boca a boca (9,1%); televisão (2,7%); site da empresa (1,8%); carro de som (0,9%); desfiles (0,9%); panfletagem (0,9%) e SMS (0,9%). Os empresários que não vão fazer nenhum tipo de divulgação somam 12,7%. Já os que não responderam totalizam 3,6% dos entrevistados. (Gráfico 9) Fatores positivos para as vendas – O aumento da renda real dos trabalhadores é apontado por 25,0% dos empresários como o principal fator que pode contribuir com as vendas deste Dia das Crianças. Já a aposta de 21,0% dos entrevistados é no crédito facilitado para pessoas físicas. Em seguida aparecem: mercado de trabalho aquecido (19,0%); quitação das dívidas (15,0%) e outros como o fim da crise econômica e a redução dos impostos (11,0%). Já os que não acreditam em melhora para esta data comemorativa e os que não sabem qual fator pode contribuir com as vendas somam 6,0% e 3,0%, respectivamente. Fatores negativos para as vendas – O desemprego foi o item citado por 45,0% dos empresários como o fator que pode prejudicar o desempenho das vendas neste Dia das Crianças. Em segundo lugar aparece a continuidade da crise econômica/política, citada por 31,0% dos entrevistados. Em seguida aparecem: dívidas/inadimplência (9,0%) e inflação alta/preço dos produtos (5,0%) Já 2,0% dos empresários não sabem qual fator pode prejudicar o desempenho das vendas. (Gráfico 10 – Veja no arquivo anexado) Expectativa de vendas – De acordo com a CDL/BH, o desempenho do comércio em outubro deve ter uma variação de -1,49% a +1,12%, na comparação com o mesmo período do ano passado. A estimativa da entidade é que as vendas do Dia das Crianças injetem na economia de Belo Horizonte entre R$ 2,14 bilhões e R$ 2,19 bilhões. (Gráfico 11 – Veja no arquivo anexado) Metodologia – A pesquisa realizada pela CDL/BH ouviu cem empresários da capital e Região Metropolitana de Belo Horizonte no período de 1º a 19 de setembro. O levantamento possui intervalos de confiança de 1,96 e erro máximo de 6,5%.