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Fim do auxílio emergencial e ritmo lento da vacinação estão afetando a confiança do consumidor da capital, revela pesquisa da CDL/BH

Sugestão de Pauta

A ausência de uma política de vacinação eficaz contra o coronavírus e o fim do auxílio emergencial por parte do governo federal tem provocado queda de confiança dos consumidores de Belo Horizonte em relação ao cenário macroeconômico atual. De acordo com a pesquisa “Indicador de Confiança”, realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) entre os dias 11 de janeiro a 9 de fevereiro de 2021 com 297 entrevistados, essa desconfiança foi refletida no quarto trimestre de 2020.

O indicador de confiança entre os consumidores da capital registrou 37,3 pontos nos meses de outubro, novembro e dezembro, o que aponta uma queda de 0,8 pontos em relação ao trimestre anterior. “Essa queda está diretamente ligada à pandemia e aos seus efeitos no ambiente econômico. A taxa de desemprego elevada, a diminuição da renda com o fim do auxílio emergencial e também a falta de perspectiva de vacinação para a maioria da população, especialmente, aquela que está ativa no mercado de trabalho, têm causado esse desalento na população”, analisa o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva.

O indicador de confiança é composto por dois subindicadores que avaliam a condição geral e a expectativa da economia brasileira e finança pessoal. O subindicador de condições gerais representa as percepções dos consumidores em relação ao cenário econômico e finanças pessoais nos últimos seis meses. Neste recorte, houve retração de 0,5 pontos em comparação ao trimestre anterior. Quando analisados separadamente, os dados revelam que a confiança dos consumidores belo-horizontinos sobre a situação econômica do país no último semestre manteve-se estável. Já em relação às finanças pessoais, o indicador revelou que houve uma piora nos últimos seis meses. A pesquisa revelou ainda que o índice de expectativa registrou 53,7 pontos, sinalizando um decréscimo de 1,3%.

Mulheres são menos confiantes que os homens

Quando segmentado por gênero, o levantamento mostra que a confiança de ambos os sexos diminuiu. Os homens, entretanto, apresentam melhores perspectivas que as mulheres. “As mulheres são as mais impactadas com as diferenças no mercado de trabalho, a maior taxa de desemprego comparado aos homens e a dificuldade de voltar a trabalhar. Tudo isso faz com que elas se sintam menos confiantes”, pontua Souza e Silva.

População está carente de políticas econômicas que gerem emprego e renda

De acordo com o presidente da CDL/BH, a principal interpretação que se pode fazer em relação aos dados coletados é que os consumidores estão carentes de políticas econômicas que gerem emprego e renda. “Aliado ao temor pela doença, percebemos que o que mais tem afetado a população é a falta de uma campanha de vacinação eficaz, que realmente atinja a maior quantidade de pessoas, e também as incertezas sobre a geração de emprego, renda e políticas que atraiam investimentos concretos em nossa economia. Esse desalento é reflexo direto da ausência do poder público em um auxílio financeiro, sanitário e planejamento econômico-social. Acreditamos que o possível retorno do auxílio emergencial, mesmo que em menor valor, possa melhorar as perspectivas do próximo indicador”, finaliza o presidente.