Imprensa - 20 de outubro de 2016 Inadimplência bate recorde em BH Sugestão de Pauta O aumento do desemprego tem desequilibrado o orçamento de muitos consumidores, pois a renda disponível para o pagamento das despesas familiares tem sido insuficiente. Esse comportamento fez com o número de pessoas inadimplentes crescesse 5,22% em setembro, na comparação com o mesmo período de 2015. No ano anterior, esse índice ficou em 2,52%. Já em 2014 e 2013 o indicador de inadimplência registrou alta de 3,37% e 3,14%, respectivamente. Os dados são do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH). (Gráfico 1) Mas a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, explica que o aumento da taxa de desocupação não é o único fator responsável pelo crescimento da inadimplência em Belo Horizonte. “Aliado à essa perda mensal da renda, muitos consumidores tem sofrido com o encarecimento do custo de vista”, explica. “Com isso, a saída encontrada por muitas pessoas para tentar equilibrar o orçamento é privilegiar o pagamento das despesas essenciais para a subsistência do lar como água, luz e alimentação. Mas, em compensação a quitação de outras dívidas é adiada”, completa. Comparativo mensal – A inadimplência no SPC da CDL/BH também apresentou alta de 0,66% nessa base de comparação (Set.16/Ago.16). Ana Paula reforça a dificuldade por parte dos consumidores em cobrir todas as despesas do mês. “Esse comportamento acaba sendo ainda mais comum, pois muitas pessoas ainda não têm o hábito de fazer o planejamento familiar e pessoal”, afirma. “O resultado disso é que os belo-horizontinos ficam mais vulneráveis à inadimplência”, explica. (Gráfico 2) Perfil – Em setembro, na comparação com o mesmo período de 2015, a maioria das dívidas em atraso (30,51%) foi registrada por consumidores com idade superior a 65 anos. A economista da CDL/BH explica que devido à renda menor, por causa da aposentadoria, essas pessoas têm mais dificuldade em quitar suas dívidas. “Além disso, o custo de vida desse público é alto. Afinal a combinação de aumento dos gastos com planos de saúde e remédios acaba levando muitos ao desequilíbrio financeiro”, afirma. (Gráfico 3) Na análise por gênero, os homens foram os responsáveis pela maioria das dívidas em atraso (5,04%) em setembro, frente ao mesmo período do ano anterior. Já as mulheres responderam por um aumento de 4,97% nos registros do SPC da CDL/BH. (Gráfico 4) Dívidas em atraso – O número de dívidas em atraso também segue a mesma tendência de alta. Em setembro, o índice apresentou alta de 4,84% frente ao mesmo período de 2015. O crescimento é o maior dos últimos três anos para essa mesma base de comparação. Para Ana Paula, esse aumento demostra a deterioração dos principais indicadores macroeconômicos que acabam prejudicando a capacidade de pagamento dos consumidores. Já na comparação com o mês imediatamente anterior (Set.16/Ago.16), o esse indicador de dívidas teve uma alta de 0,28%. Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso. O indicador de pessoas físicas inadimplentes mostra a variação mês a mês no número de pessoas registradas na base do SPC Brasil. Cada pessoa física inadimplente é contada apenas uma vez, independente do número de dívidas que tenha em atraso. Já o número de dívidas em atraso mostra a quantidade média de dívidas em atraso de cada pessoa física.