Imprensa - 25 de julho de 2017 Inadimplência das empresas mineiras continua em desaceleração, aponta pesquisa do Conselho Estadual de SPC Sugestão de Pauta Belo Horizonte, 25 de julho de 2017 – Com a melhora de alguns indicadores econômicos, como queda da inflação e da taxa de juros, o ritmo do aumento da inadimplência em empresas do Estado tem apresentando desaceleração. De acordo com o Indicador de Inadimplência do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais, em junho deste ano houve alta de 6,52% no número de pessoas jurídicas inadimplentes, comparando-se com o mesmo período de 2016. Entretanto, o índice foi menos da metade do que foi registrado em junho do ano passado, quando o crescimento foi de 14,94%. Na base de comparação mensal foi registrada queda de 0,01% em junho de 2017, ante decréscimo de 0,10% no mesmo mês de 2016. O setor que registrou a maior quantidade de empresas inadimplentes foi o de serviços. A alta foi de 10,18% em junho de 2017, frente ao mesmo período do ano anterior. Falci afirma que com a continuidade da elevação da taxa de desemprego e da queda na renda, esse setor foi o mais atingindo. “Em Minas, nos últimos 12 meses (Abr.16/Mar.17), o segmento assinalou uma retração de 3,8% em suas atividades, segundo o IBGE, o que diminuiu as receitas das empresas desse setor e, por conseguinte, comprometeu a capacidade de pagamento”, explica Bruno Falci, presidente do SPC Brasil e do Conselho Estadual de SPC de Minas Gerais. A inadimplência nos outros setores comportou-se da seguinte forma, em junho de 2017 frente ao mesmo período de 2016: comércio (+5,51%); indústria (+4,89%); agricultura (+0,16%) e outros tipos de estabelecimentos (-7,74%). Número de dívidas segue a mesma tendência do número de empresas devedoras O número de dívidas em atraso das empresas registrou aumento de 4,83% em junho de 2017, na comparação com o mesmo período do ano anterior. “O número de dívidas está seguindo a mesma tendência do número de empresas devedoras, com desaceleração do crescimento. Em junho de 2016 o índice alcançou os 17,35%”, analisa Bruno Falci. Na comparação mensal (Jun.17/Mai.17) o número de dívidas em atraso apresentou leve crescimento de 0,06%. Recursos extras, via FGTS, das contas inativas têm possibilitado quitação de dívidas Em junho de 2017 houve alta de 0,18% no número de pessoas físicas inadimplentes, na comparação com junho de 2016, quando o patamar foi de 5,27%. “Apesar da desaceleração da inflação e da queda de juros, que facilita a negociação de dívida, o desemprego continua elevado”, analisa Falci. O dirigente ressalta, porém, que o número de devedores desacelerou em função da entrada de recursos extras via FGTS das contas inativas, o que possibilita que muitas pessoas quitem seus débitos. Na comparação mensal (Jun.2017/Mai.2017) houve queda de 1,71% no número de pessoas inadimplentes. Em 2016, o índice foi de alta de 0,18%. Na abertura por faixa etária, no mês de junho desse ano em comparação ao mesmo mês de 2016, o número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos apresentou queda de 27,09%, enquanto os devedores acima de 50 anos registraram a maior concentração (31,51%) entre as categorias. Bruno Falci explica que muitas pessoas acima dos 50 anos são aposentadas e, normalmente, as responsáveis financeiras pelas famílias, por isso sentem mais no bolso os reflexos do aumento do custo de vida. Já entre os jovens, o dirigente explica que a queda se deve ao fato de demorarem mais a conseguir entrar no mercado de trabalho e, por isso, assumem menos compromissos financeiros. Maioria das dívidas incidiu sobre consumidores acima de 50 anos Na comparação anual, em junho de 2017 foi verificada uma queda de 2,72% no número de dívidas de pessoas físicas em Minas Gerais junto ao SPC. “Aqui também vemos o efeito positivo da liberação do FGTS das contas inativas, que proporcionou renda extra às pessoas e possibilitou a quitação de débitos”, ressalta Falci. Na comparação mensal (Jun.2017/Mai.2017), houve queda no número de dívidas (-1,92%). Em 2016, o índice foi de queda de 0,06%. Na abertura por faixa etária, a maioria das dívidas no SPC Brasil, na variação anual, também incidiu sobre os consumidores acima dos 50 anos, com 33,55%. “Assim como observado na análise da inadimplência, o desequilíbrio econômico afeta principalmente essa faixa etária, porque nela estão os responsáveis financeiros das famílias que, em muitos casos, são aposentados”, pontua Falci. Entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, esse índice apresentou crescimento de 2,87%. De 25 a 29 anos o aumento foi de 0,81%. Na faixa etária dos 30 a 39 anos, o índice teve crescimento de 3,24% e na de 40 a 49, alta de 2,72%. Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e as CDL’s de Minas Gerais têm acesso.