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Inadimplência recua 0,48% entre os consumidores da capital

Sugestão de Pauta

Os belo-horizontinos estão menos endividados. Em maio houve queda de 0,48% no número de pessoas físicas inadimplentes, comparando-se com o mesmo mês no ano anterior (Mai.18/Mai.17). Em 2017, a inadimplência ainda encontrava-se em alta (+1,12%) devido ao cenário macroeconômico adverso.  Para a economista da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), Ana Paula Bastos, com a retomada do crescimento da economia, mesmo que em ritmo lento e níveis ainda modestos, os consumidores estão buscando pagar as contas atrasadas e voltar ao mercado de consumo. “A inflação controlada, os juros em queda e o início da retomada do emprego são fatores que levam a um aumento dos rendimentos. Com isso, as pessoas vêm conseguindo realizar o pagamento de suas dívidas e, em um segundo momento, passam a contar com renda disponível para consumir”, explica.

Na base de comparação mensal (Mai.18/Abr.18) houve aumento de 0,73% no número de pessoas endividadas. Esse acréscimo pode ser justificado pela leve alta da inflação no período de 0,18 pontos percentuais (IPCA Mai.18 em 0,40% e Abr.18 em 0,22% – IBGE), e também pode ter sofrido influência dos atrasos de pagamentos dos salários dos servidores públicos do Estado.

O número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 29 anos apresentou queda de 32,48%, sendo os menos endividados no mercado. O resultado se dá pela entrada tardia dos jovens no mercado de trabalho. Enquanto isso a quantidade de devedores, entre 40 e 94 anos, é responsável pelas maiores altas (+7,72%). A análise por gênero mostra que a inadimplência entre as mulheres (-0,74%), mesmo com decréscimo, está em menor intensidade de queda do que os homens (-1,78%).

Número de dívidas reduz 5,65% em maio

De acordo com o Indicador de Dívidas em Atraso, em maio na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Mai.18/Mai.17), houve redução de 5,65% no número de débitos vencidos. “As pessoas vêm priorizando o pagamento de suas dívidas, mesmo que ainda não seja possível quitar todas”, comenta Ana Paula.  Na comparação mensal (Mai.18/Abr.18), houve crescimento de 1,36%.

A maioria das dívidas (3,61%) está entre as pessoas com mais de 65 anos. A economista afirma que nessa faixa de idade encontram-se pessoas responsáveis, financeiramente, pelas famílias e aposentados. “Esses consumidores foram impactados pelo aumento do custo de vida, que não foi acompanhado pelo crescimento da renda. Essa faixa etária é uma das que mais sofre com a alta de preços de remédios, do plano de saúde e dos alimentos”, esclarece Ana Paula. Já na abertura por gênero do devedor, o número de dívidas apresentou queda em ambos os gêneros (feminino em      -6,46%/masculino em -6,21%).

Inadimplência e dívidas das empresas aumenta em maio

O volume de empresas endividadas cresceu 8,05% em maio na comparação com o mesmo período do ano passado (Mai.18/Mai.17). Já na variação mensal (Mai.18/Abr.18), houve crescimento de 1,56% da inadimplência. “Por mais que a economia do País venha apresentando sinais de melhora desde o ano passado, o mercado de trabalho continua desaquecido, a perda de renda real dos últimos anos ainda não foi totalmente recuperada e a inadimplência dos consumidores ainda é alta. Estes fatores impactam diretamente na propensão ao consumo das famílias e nas receitas das empresas”, explica a economista da CDL/BH.

Ao analisarmos os segmentos, o setor que detém a maior quantidade de devedores registrados em maio foi o de serviços com 9,85%. Esta alta pode ser justificada pela queda nas atividades do setor  de -2,7% nos últimos 12 meses em Minas Gerais (IBGE), diminuindo assim suas receitas e, por conseguinte, impactando na sua capacidade de pagamento. Em contrapartida, o setor de agropecuária registrou queda de 2,04%, sendo o único setor a apresentar decréscimo do endividamento no período. Os demais segmentos comportaram-se da seguinte forma: indústria (+6,52%), comércio (+6,38%) e outros (+5,46%).

O número de dívidas das empresas da capital, na comparação mensal (Mai.18/Abr.18), apresentou crescimento de 1,10%. Já na variação anual (Mai.18/Mai.17), a quantidade de contas em atraso aumentou 5,52%. O número médio de dívidas de pessoas jurídicas em maio de 2018 foi de 1,99 por empresa. No mesmo período do ano anterior, era de 2,04 por CNPJ.

Metodologia – Os indicadores de inadimplência apresentados nesse material contêm todas as informações disponíveis nas bases de dados a que o SPC Brasil e a CDL/BH têm acesso.