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Inadimplência segue em alta na capital mineira

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Em julho, o índice registrou crescimento  de 9,3%. Ambiente inflacionário, média salarial mais baixa e falta de planejamento são os principais fatores

As dívidas seguem presentes na vida dos belo-horizontinos. De acordo com pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), no mês de julho deste ano, o indicador de inadimplência na capital mineira registrou crescimento de 9,3% em relação ao mesmo período de 2021. 

“O último ano foi marcado pelo auxílio emergencial e pelo maior prazo dos credores para pagamento das dívidas. Neste ano, essas ações foram suspensas e, com a inflação em alta, constante elevação nos preços dos bens de primeira necessidade e uma média salarial mais baixa, a renda dos trabalhadores não tem sido suficiente para honrar com os compromissos financeiros”, analisa a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos. 

Os jovens entre 18 e 29 anos continuam sendo os principais inadimplentes. Se no mês de junho eles concentravam 55% das dívidas da capital mineira, em julho esse índice recuou para 40,07%. Entretanto, ainda representam a maior parte dos devedores. Os idosos de 65 a 94 anos correspondem a 19,72% dos inadimplentes. 

“O uso excessivo do cartão de crédito ainda é o principal motivo das dívidas entre os jovens. Muitos utilizam esse recurso para pagar despesas básicas. Com a taxa de juros elevada, o crédito mais caro e a média salarial mais baixa, o poder de pagamento está deteriorado”, explica Ana Paula. 

Na comparação mensal (Julho2022/Junho2022), houve um crescimento na inadimplência. Sendo que, em junho, o índice registrava 0,78% e, em julho, subiu para 0,91%. 

90 dias de atraso nas contas

Apesar do poder de pagamento dos belo-horizontinos ter diminuído, o número de dívidas por CPF permanece estável. De acordo com a pesquisa, o índice se manteve em 1,83% em junho e julho. Na análise anual (Jul.22/Jul.21) o número de dívidas registradas por CPF cresceu em 15,1%. O tempo médio de atraso do pagamento está em 90 dias. 

O número de dívidas entre os gêneros está em alta para ambos. Entretanto, os homens acumulam mais débitos que as mulheres, sendo 12,69% para eles e 12,06%, para elas. 

“Ao longo do primeiro semestre, o mês de março apresentou o menor índice de inadimplência, com retração de 1,24%. Esse recuo foi provocado pela antecipação do 13º salário dos aposentados. Desde abril, percebeu-se um aumento no volume de dívidas em função do cenário econômico desfavorável, com estreitamento da circulação de renda e alta taxa de juros”, detalha a economista da CDL/BH. 

Neste cenário, os jovens entre 18 e 29 anos também concentram o maior número de dívidas por CPF (63,87%). “Essa ampliação do volume de dívidas foi intensificada, especialmente, pelo número de contratos inadimplentes referentes aos créditos educativos e com a taxa atual de juros elevada. Com isso, a negociação dos valores de financiamento estudantil e demais contratos foi prejudicada”, explica Ana Paula Bastos.

Empresas também estão mais inadimplentes

As empresas da capital também seguem negativadas. Na análise mensal (Jul.22/Jul.22), a inadimplência teve um recuo discreto, passando de 0,94% para 0,44%. Já na comparação anual (Jul.22/Jul.21), houve um avanço, passando de 3,65%, em junho, para 4,17%, em julho. 

Dentre os setores que estão negativados, os que apresentam cenário um pouco mais positivo, com menor endividamento, são Agricultura (0,42%), Comércio (0,53%) e Serviços (0,98%). As dívidas de água e luz (1,13%) representam a maior parte das contas em atraso das empresas. Em seguida aparecem bancos (0,92%), comunicação (0,56%) e comércio (0,53%).