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Imprensa -

Juros altos continuam impactando na inadimplência dos consumidores da capital mineira

Sugestão de Pauta

Apesar do crescimento de 2,38% em outubro, na comparação com o mesmo período do ano passado, índice ficou abaixo das médias da região Sudeste (4,56%) e nacional (4,14%)

Os juros em 12,25% ao mês, índice bastante elevado para o país que já teve a taxa em 2% no fim de 2021 e início de 2022,  são um dos fatores que têm contribuído para que a inadimplência dos consumidores da capital mineira apresentasse aumento de 2,38% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Apesar deste aumento, os dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) apontaram que desde maio de 2023 o crescimento da inadimplência vem desacelerando. De acordo com o presidente da entidade, Marcelo de Souza e Silva, essa desaceleração ainda não está no patamar ideal. “Em maio, o crescimento foi de 5,81%. Hoje estamos com 2,38% de aumento. Mas poderíamos ter um índice bem menor se tivéssemos uma taxa de juros em patamares menores”, ressaltou.

Para o presidente da CDL/BH, a desaceleração no índice de inadimplência é  consequência dos efeitos do programa Desenrola Brasil aliado à melhora no mercado de trabalho e ao crescimento da renda do trabalhador.

Quando a inadimplência do consumidor mineiro é comparada com índices da região Sudeste e o índice nacional, Belo Horizonte está em um patamar menor. Enquanto o índice na capital mineira cresceu 2,38%, na região Sudeste o crescimento foi de 4,56%. E no Brasil ficou em 4,14%.

Mulheres e idosos estão mais inadimplentes

As mulheres continuam apresentando um número maior de registros negativos do que os homens, mas no geral a participação por sexo segue bem distribuída: elas representam 47,59% do público inadimplente e eles, 44,16%.  “As mulheres são mais inadimplentes que os homens, pois elas ganham menos do que eles. Isso afeta tanto a capacidade de pagamento como do nível de endividamento da família”, explica o presidente da CDL/BH. De acordo com dados do IBGE, em Belo Horizonte, os  homens ganham 33,3% a mais do que as mulheres. Enquanto eles recebem em média R$ 4.883, elas têm rendimento médio de R$ 3.663.

Outro aspecto relevante é que os valores médios das dívidas são mais altos no gênero masculino, mesmo com uma inadimplência menor. Enquanto o valor médio das dívidas das mulheres é de R$ 4.869,57, a dos homens chega a R$ 5.296,49.

Na análise por faixa etária, os idosos entre 65 e 95, são os mais inadimplentes em Belo Horizonte (33,41%). Isso se explica por essa faixa populacional ser a principal fonte de renda das famílias, possuir gastos elevados com a saúde e redução de renda com a aposentadoria. Entre as demais faixas etárias a divisão ficou da seguinte forma: 50 a 64 anos (3,23%); 40 a 49 anos (3,55%) e 30 a 39 anos (0,94%). Entre os mais jovens a inadimplência caiu no mês de outubro. Na faixa de 18 a 24 anos, a queda foi de 9,96% e na faixa de 25 a 29 anos, o recuo foi de 2,31%.

Juros encarem o valor das dívidas

Com juros altos, os valores das dívidas vão ficando mais elevados ao longo dos meses. De setembro para outubro, as dívidas dos belo-horizontinos tiveram um crescimento de 0,54%. Em outubro o valor médio das dívidas na capital mineira foi de R$ 4.969,54. E como o número de dívidas é de duas por CPF, isto faz com que o valor devido por pessoa seja de R$ 9.939,08.