Imprensa - 1 de setembro de 2016 Manutenção da taxa de juros: Opinião do presidente da CDL/BH, Bruno Falci Sugestão de Pauta A intenção do Banco Central em manter a taxa de juros em 14,25% é de não agravar ainda mais a retração da atividade econômica brasileira. Para essa decisão, o governo levou em consideração que os juros em patamares elevados se tornaram um grande entrave para o setor produtivo, pois inibem o aumento dos investimentos. E dois setores que vêem sendo impactados pela desaceleração da atividade econômica são o de comércio e serviços. Prova disto é que os dados da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), mostraram que as vendas do varejo fecharam o primeiro semestre do ano com queda de 1,52%, na comparação com o mesmo período de 2015. E a previsão da entidade é que o setor encerre 2016 com desempenho negativo (2,97%). O indicador de inadimplência da capital também tem sido impactado pela piora dos indicadores econômicos. De acordo com o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da CDL/BH, o número de pessoas inadimplentes cresceu 5,67% em julho, na comparação com o mesmo período do ano anterior. A alta é a maior dos últimos três anos frente a essa mesma de base de comparação. Sabemos que esses resultados negativos são reflexos da combinação entre os juros altos e a inflação elevada. O consumidor com o orçamento pressionado pelo aumento do custo de vida acaba ficando sem recursos tanto para o consumo como para regularizar sua situação financeira. E por outro lado, a elevação da taxa Selic encareceu e dificultou o acesso ao crédito. Com isso, as pessoas estão com mais dificuldades em realizar compras em longo prazo e também de renegociar dívidas. O movimento lojista da capital compreende que a taxa básica de juros é o principal instrumento do governo para conter a pressão inflacionária. Entretanto, o Banco Central precisa encontrar urgentemente o equilíbrio nas decisões sobre a Selic. De forma que a inflação seja controlada e a redução dos juros seja possível. Assim todo o setor produtivo será fomentado e o país poderá sair do atual cenário de recessão econômica.