Imprensa - 12 de maio de 2015 Número de dívidas em atraso está maior em Belo Horizonte, revela pesquisa da CDL/BH Sugestão de Pauta Belo Horizonte, 12 de maio de 2015 – O número de dívidas em atraso junto ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC) da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) aumentou 2,4% em abril na comparação com o mês de março. De acordo com a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, esse crescimento se deve ao aumento no custo de vida, causado pela inflação e consequente perda de renda. “O orçamento dos consumidores está cada vez mais pressionado, resultando em uma dificuldade maior de manter as contas em dia”. Variação mensal – Número de dívidas (Gráfico 1) Na comparação com o mesmo mês do ano anterior (Abril/14) foi verificado um crescimento de 1,13%. Para a economista da CDL/BH, esse aumento está relacionado à elevação da taxa de juros Selic, que em em abril de 2014 estava em 11% ao ano e, no mesmo mês de 2015 subiu para 13,25%. Soma-se a isso, o aumento da inflação, que no acumulado deste ano já soma 4,56% contra 3,75% em 2014, o aumento do desemprego, que subiu de 3,6% em março/2014 para 4,7% em março/2015 e a queda na renda mensal (-2,79%). “Todos esses fatores criam um cenário desfavorável para a população quitar suas dívidas. A inflação leva a uma perda da capacidade de pagamento e os juros altos dificultam a negociação das dívidas”, afirmou Ana Paula. Variação anual – Número de dívidas (Gráfico 2) Perfil – No mês de abril de 2015, a maioria das dívidas no SPC da CDL/BH (14,34%), incide sobre a faixa etária acima de 50 anos, com maior concentração no intervalo de idade entre 50 e 64 anos (5,34%). Essa faixa etária corresponde às pessoas ainda responsáveis financeiramente pelas famílias e que claramente estão sentindo mais o peso do aumento do custo de vida. Variação anual de dívidas por faixa etária (Gráfico 3) Tempo de atraso – No que diz respeito ao tempo de atraso de dívida, o intervalo que apresentou maior concentração foi o de até 3 a 5 anos, com 7,07%. Ana Paula Bastos afirma que “com a alta da inflação pressionando o custo de vida, muitas pessoas que consumiram principalmente com crédito a longo prazo e não fizeram um planejamento de suas compras, se viram sem ter como honrar suas dívidas, refletindo no aumento desse intervalo de tempo”. Variação anual por tempo de atraso da dívida (Gráfico 4) Pessoas inadimplentes – Já com relação ao número de pessoas físicas inadimplentes junto ao SPC da CDL/BH, houve alta de 0,8% e, abril na comparação com o mesmo mês do ano anterior. Esse é o menor resultado já registrado para o mês de abril, desde 2011, quando o índice foi de 0,66%. “Essa desaceleração no número de devedores está atrelada não a um aumento da quantidade de pessoas recuperando o crédito, mas sim do efeito de uma retração da atividade econômica com inflação e juros altos. Isso diminui a contração de crédito e reduz o consumo, principalmente de bens de maior valor agregado que dependem de financiamentos”, explica a economista da CDL/BH. Pessoas inadimplentes – Variação anual (Gráfico 5) Na base de comparação mensal (Abril/2015–Março/2015), o crescimento foi de 0,85%. Esse aumento é reflexo da inflação alta que ocasiona uma queda da renda real (-3,09%) da população, impactando diretamente no aumento do custo de vida e na capacidade de pagamento dos consumidores, que se veem sem possibilidade de honrar seus débitos. A abertura por tempo de atraso da dívida mostrou, em comparação a abril de 2014, queda em três das cinco faixas de período. Até 90 dias apresentou queda de 4,37%. De 91 a 180 dias teve redução de 4,08% e de 181 a 360 dias, queda de 2,64%. A maior alta foi na faixa de 3 a 5 anos (4,78%). Variação anual de pessoas Inadimplentes por faixa de tempo (Gráfico 6) No mês de abril de 2015 em comparação com o mesmo mês de 2014, o número de inadimplentes mais jovens, com idade entre 18 e 24 anos, apresentou queda 16,64%, seguindo a tendência de queda observada desde fevereiro de 2013. Já a quantidade de devedores mais velhos (acima de 50 anos) mostrou a maior variação entre as categorias (+16,74%). Variação anual de devedores por faixa etária (Gráfico 7)