Imprensa - 30 de março de 2015 Opinião do presidente da CDL/BH, Bruno Falci, sobre o resultado do PIB Sugestão de Pauta Belo Horizonte, 27 de março de 2015 – De acordo com a série histórica do IBGE, o resultado do PIB divulgado hoje (crescimento de 0,1%), é o pior desde 2009 (queda de 0,2%), ano em que a economia brasileira sentia os efeitos da crise internacional. O índice, além de ser uma preocupação para todos os setores da economia, mostra o quanto o gasto do governo federal ainda continua elevado. O que o governo precisa é cortar na própria carne e deixar de gastar mais do que arrecada. Já passou da hora do “dever de casa” ser feito. A economia brasileira não pode entrar em uma recessão ainda maior do que a vivida até o momento. Não há como termos um PIB com resultados melhores se não houver corte nos gastos públicos, investimentos produtivos, responsabilidade fiscal e reformas estruturais. Estamos assistindo o consumo se despencar em função da alta dos juros e da inflação. A alta dos juros tem se tornado um fator de preocupação para o comércio, pois afeta um dos principais pilares do consumo: o crédito. Apesar de vermos que a inflação tem um efeito tão prejudicial quanto o dos juros, pois corrói o poder de compra do consumidor, acreditamos que medidas de controle da inflação deveriam ser menos onerosas para o setor produtivo, para os setores de comércio e serviços e também para os consumidores. Para a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) o ano de 2015 inspira cautela. Apesar de encerrar o ano de 2014 com aumento de 2,08% nas vendas, o comércio varejista da capital mineira registrou o menor crescimento dos últimos oito anos. Com o aumento do nível dos preços, resultado da elevação da inflação, muitos consumidores acabaram reduzindo suas compras, comportamento que implicou na desaceleração do consumo, e, consequentemente, do comércio. Com menor volume de vendas, há o risco de demissão no setor de comércio. De acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o mês de janeiro, em Belo Horizonte, apresentou redução de 5.097 postos de trabalho, influenciado pelo setor do comércio, que sozinho fechou 2.872 vagas. O setor de serviços também demitiu – um total de 2.415 mil trabalhadores. O emprego é um dos principais pilares do comércio, já que pessoas empregadas podem consumir e tomar crédito. Com menos consumo nas lojas, o volume de vendas despenca, diminuindo assim o investimento dos empresários, que já estão estrangulados com a alta carga tributária. Para este ano, a CDL/BH acredita num crescimento moderado para o comércio varejista da capital mineira, de até 1,0%.