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Para CDL/BH, aumento da taxa de juros tem impactos negativos no comércio

Sugestão de Pauta

Entidade espera que o governo utilize a política monetária de forma a conter o avanço dos preços, mas sem comprometer a economia real em longo prazo

Conforme anunciado hoje pelo Comitê de Política Monetária (Copom), tivemos o 11° aumento seguido da Selic. Esta é a maior elevação da taxa, desde 2016, quando estava em 13,75% ao ano.

Alguns fatores estão contribuindo para o descontrole nos preços no Brasil e no mundo todo. Problemas na cadeia de fornecimento devido à guerra entre Ucrânia e Rússia estão elevando o preço de insumos e commodities. Além disso, o novo ciclo de aperto monetário dos Estados Unidos pressiona o câmbio brasileiro e, consequentemente, a inflação. 

A elevação da taxa Selic é uma tentativa do Banco Central para conter a escalada da inflação e o aumento dos preços.  Sabemos que um ambiente inflacionário é extremamente prejudicial para a atividade econômica. No entanto, é preciso ter cuidado para que não seja criado um cenário de estagnação econômica no segundo semestre. Os reflexos podem ser baixa produtividade, alta inflação, desemprego e diminuição da renda em circulação. 

O impacto no comércio também pode ser negativo, pois o crédito junto aos bancos ficará mais caro para lojistas e empresários. Nessa situação, o comerciante precisa repassar a diferença para o consumidor. Isso se torna um efeito dominó onde produtividade, investimentos, consumo e vendas são simultaneamente prejudicados. 

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) espera que o governo utilize a política monetária de forma a conter o avanço dos preços, mas sem comprometer a economia real em longo prazo. Para isso, é necessário estabelecer um ambiente econômico seguro, capaz de atrair investimentos diretos e com responsabilidade fiscal.

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil