Imprensa - 7 de maio de 2018 Quase metade dos consumidores da capital tem mais de 30,0% da renda familiar comprometida com financiamentos ou pagamento de compras parceladas Sugestão de Pauta Pesquisa realizada pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), aponta que 48,3% dos belo-horizontinos estão com mais de 30% de sua renda familiar comprometida com o pagamento de compras parceladas ou financiamentos, sendo que deste total, 1,7% deve mais do que ganha. Para especialistas, o patamar saudável de comprometimento máximo da renda com dívidas é de 30,0%. Quando separados por perfil, a maioria dos homens (51,4%) tem mais de 30,0% da renda comprometida e entre as mulheres o percentual é de 45,5%. Os consumidores que afirmaram destinar até 30% da renda para o pagamento de débitos representam 42,2% e apenas 9,4% responderam que não possuem nenhum comprometimento dos recursos financeiros. Para a economista da CDL/BH, Ana Paula Bastos, este alto número de pessoas que estão realizando compras a prazos e financiamentos é consequência da queda do rendimento nos últimos anos, associada à falta de planejamento financeiro das famílias. “Com menos renda disponível para o pagamento à vista as pessoas acabam recorrendo ao parcelamento. Porém, elas não consideram o impacto que a soma de todas as prestações terão em seu orçamento, o que é reflexo da falta de planejamento financeiro”, explica Ana Paula. Por faixa etária, a maioria dos jovens (18 a 24 anos) e dos jovens adultos (25 a 34 anos) tem mais de 30% dos rendimentos destinados ao pagamento de parcelamento e financiamentos, os percentuais são de 52,5% e 52,2% respectivamente. “Este alto grau de comprometimento da renda entre os jovens e adultos é resultado do desemprego ainda em níveis elevados, que provoca uma redução da renda disponível em circulação”, esclarece a economista. Classes A/B são as que mais comprometem sua renda Entre as classes sociais, os consumidores das classes A/B são os que possuem um maior comprometimento da renda: 30,4% dos entrevistados afirmaram ter de 16,0% a 30,0% dos seus rendimentos destinados ao pagamento de compras parceladas ou financiamento, e 21,4% de 31,0% a 50,0%. “Apesar de apresentarem este resultado, as classes A/B são as menos impactadas pelo desemprego e mais organizadas financeiramente. Isto contribui para que eles consigam arcar com todos os parcelamentos e compromissos financeiros”, comenta Ana Paula. Na classe E, a maioria dos consumidores (34,0%) tem apenas 15,0% da renda comprometida e 18,9% responderam que não possuem nenhum financiamento ou compras parceladas, sendo a que apresentou o menor nível de comprometimento da renda (52,9%). “A classe E foi a mais atingida pela crise econômica vivida pelo País nos últimos anos, pois parte destas pessoas perderam o emprego e tiveram sua capacidade de pagamento comprometida. Por isso, mesmo com a retomada gradual da economia, essas pessoas ainda estão receosas em contrair dívidas em longo prazo. Elas ainda estão consumindo menos e priorizando o pagamento a vista”, explica a economista da CDL/BH. Sete em cada dez consumidores pagam todas as contas até o vencimento Ainda de acordo com a pesquisa, 71,2% dos consumidores pagam todas as contas na data de vencimento. Já 24,8% priorizam as contas básicas e depois pagam o restante sem considerar a data de vencimento, enquanto 3,9% quitam todos os débitos após a data de vencimento. Entre os gêneros, 72,1% das mulheres e 70,1% dos homens afirmam que pagam todas as contas dentro do prazo de vencimento. No entanto, um percentual ainda elevado (mais de 24,0%) de consumidores de ambos os sexos priorizam o pagamento das contas básicas. “Este resultado é reflexo do cenário econômico ruim vivido nos anos anteriores, que fez com que as pessoas tivessem que priorizar alguns pagamentos por não ter renda para quitar todos”, esclarece Ana Paula Bastos. Na estratificação do levantamento por faixa etária, os idosos (81,8%) são os que mais pagam os débitos no prazo. Um percentual elevado de jovens adultos (25 a 34 anos) dão preferência à quitação das contas básicas em primeiro lugar (35,5%). Entre as classes, 89,1% dos consumidores das classes A/B afirmaram que cumprem com todos os compromissos financeiros até a data de vencimento. As classes C/D (27,8%) e E (26,4%) priorizam as contas básicas (água e luz) e depois pagam as demais contas.