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Imprensa -

Vendas de material escolar começam a movimentar o comércio 

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Lojistas do segmento esperam crescimento de até 6% e descontos do pagamento à vista chegam a 10%. No último ano, temporada de volta às aulas injetou mais de R$ 49 bilhões no país

A temporada de vendas de materiais escolares para o ano letivo 2025 está aberta e promete gerar uma movimentação bilionária em todo o país. De acordo com uma estimativa do Instituto Locomotiva e QuestionPro, em 2024, as famílias brasileiras gastaram R$ 49,3 bilhões com a aquisição de cadernos,  livros, uniformes, entre outros itens essenciais para os estudos. 

Na capital mineira, lojistas do segmento esperam um aumento entre 5 e 6% das vendas no período que antecede a volta às aulas. De acordo com Fátima Homem, empresária e coordenadora do CDL/BH Negócios Papelaria, é previsto um incremento de 5%. “Até o momento, a maioria dos pais e responsáveis têm realizado orçamentos e a tendência é que efetivem as compras durante as próximas semanas”, destaca. 

Ainda segundo a empresária, a maioria dos consumidores têm pesquisado o preço dos produtos em mais de um lugar. “Esse comportamento é explicado pela alta dos preços dos materiais escolares que, nos últimos anos, enfrentou inflação, elevação nos custos de produção, tributação e a alta do dólar. Porém, é uma compra essencial, que não pode deixar de ser feita”, afirma. Na perspectiva de Fátima Homem, o tíquete médio será em torno de R$ 290 e o pagamento deverá ser realizado à vista, por gerar mais possibilidades de descontos.  “Em minha loja, por exemplo, trabalhamos com 10% de desconto para o pagamento à vista”, revela. 

Quem também espera um tíquete médio semelhante, acima dos R$ 300,00, é o empresário Frederico Cosentino. “O valor investido na volta às aulas tende a ser maior. E, nesses casos, muitos optam pelo pagamento parcelado. Porém, como o mercado em Belo Horizonte trabalha com descontos agressivos para pagamento à vista, acaba equilibrando as formas de pagamento, sendo a tendência de metade utilizar o PIX, por exemplo, e a outra metade o crédito em parcelas”, afirma. 

Preços e impactos no orçamento

Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares (Abfiae), o material escolar deve ficar entre 5% e 9% mais caro em 2025. A entidade afirma que um dos principais componentes para o aumento do valor é a carga tributária que, em alguns produtos chega a 40% em impostos. “Os tributos forçam o lojista a elevar o valor e esmagam o poder de compra das famílias. Por se tratar de produtos essenciais para a escolarização da população, é fundamental que haja uma reforma desses tributos”, avalia Fátima Homem.

Entretanto, a empresária destaca que o “vilão” das listas escolares não são os itens como cadernos, lápis, canetas e borracha, mas os livros didáticos. “A aquisição dos livros fica em torno de R$ 1.500. É um valor significativo que, infelizmente, não entra mais no caixa das papelarias e livrarias, já que elas não comercializam mais livros. Este é um dos motivos da redução dessas lojas”, comenta. 

Segundo a pesquisa realizada pelo Instituto Locomotiva, a compra de materiais escolares impacta o orçamento de 85% das famílias brasileiras. O impacto é maior para as famílias de classe C, em que 95% disseram que os materiais impactam o orçamento familiar. Entre todos os entrevistados, 38% disseram que têm muito impacto no orçamento e 47%, que têm algum impacto. Apenas para 15% as compras de volta às aulas não têm impacto.

A estimativa é que a maior parte dos gastos se concentre na classe B, R$ 20,3 bilhões; e na classe C, R$ 17,3 bilhões. Juntas, elas são responsáveis por 76% dos gastos nacionais. A Região Sudeste concentra a maior porcentagem dos gastos, 46%, seguida pelo Nordeste, 28%. O menor percentual está na Região Norte, 5%.

A pesquisa foi realizada pelo Instituto Locomotiva e QuestionPro entre os dias 2 e 4 de dezembro de 2024 com 1.461 entrevistados de todo o país acima de 18 anos. 

*Com informações da Agência Brasil