Imprensa - 10 de agosto de 2017 Vendas do comércio na Capital Mineira registram queda no primeiro semestre, aponta pesquisa da CDL/BH Sugestão de Pauta A alta taxa de desemprego, que segundo o IBGE ficou em 14,5% no 1º trimestre de 2017, vem impactando negativamente o desempenho do comércio varejista de BH. De acordo com levantamento da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), de janeiro a junho deste ano, as vendas apresentaram decréscimo de 1,25% em relação ao mesmo período de 2016. Segundo o presidente da CDL/BH, Bruno Falci, com o alto índice de desemprego, menos pessoas dispõem de renda para consumir, pois seus orçamentos já estão comprometidos com os custos básicos. “Em função disso, a maioria prefere adiar as compras consideradas menos prioritárias, para evitar dívidas que futuramente não possam quitar”, explica. No mesmo período do ano passado (Jan.16-Jun.16 / Jan.15-Jun.15), a queda nas vendas foi de 1,56%. Ainda de acordo com a pesquisa, nos primeiros seis meses de 2017 na comparação com o mesmo período do ano passado, apenas um setor apresentou crescimento: drogarias e cosméticos (+2,65%). Os demais tiveram queda: artigos diversos que incluem acessórios em couro; brinquedos; óticas; caça; pesca; material esportivo; material fotográfico; computadores e periféricos e artefatos de borracha (-2,48%); móveis e eletrodomésticos (-1,74%); supermercados (-1,45%); vestuário e calçados (-1,07%); material elétrico e construção (-0,74%); veículos e peças (-0,44%) e Papelarias e Livrarias (-0,35%). Na análise anual, vendas apresentaram crescimento frente a uma base fraca de comparação Na comparação com o mesmo mês de 2016 (Jun.17/Jun.16), o desempenho do comércio registrou crescimento de 0,11%. Falci ressalta que esse aumento foi em cima de uma base fraca de comparação. “A realidade do cenário econômico no período de junho de 2016 era de inflação em alta, atingindo 0,35%. A taxa de juros também estava mais elevada, chegando a 14,25%”, disse. “Atualmente, apesar da taxa de desemprego estar mais elevada, a inflação e os juros vêm caindo, o que possibilita um leve crescimento nas vendas”, completa. Os setores que tiveram crescimento nesse período (Jun.17/Jun.16) foram: drogarias e cosméticos (+3,07%); vestuário e calçados (+2,41%); Papelarias e Livrarias (+2,27%); supermercados (+1,81%) e artigos diversos (+1,57%). Em queda aparecem: veículos e peças (-0,71%); móveis e eletrodomésticos (-0,36%) e material elétrico e de construção (-0,05%). Já na base de comparação mensal (Jun.17/Mai.17), o índice real de vendas apresentou queda de 1,14%. “Apesar de junho contar com a comemoração do Dia dos Namorados, o mês de maio é uma base forte de comparação devido ao Dia das Mães, que é a segunda melhor data em vendas para o comércio varejista”, explicou o presidente da CDL/BH. O setor que teve resultado positivo nesse período foi o de vestuário e calçados (+0,31%). Em queda aparecem: veículos e peças (-1,81%); móveis e eletrodomésticos (-1,42%); artigos diversos (-0,78%); supermercados (-0,7%); papelarias e livrarias (-0,27%); material elétrico e de construção (-0,21%) e drogarias e cosméticos (-0,09%). Instabilidade econômica em 2016 e 2017 impactou nos resultados deste ano Nos últimos doze meses (Jul.16-Jun.17/Jul.15-Jun.16), o varejo acumulou queda de 1,28% nas vendas. De acordo com Bruno Falci, esse resultado é fruto do cenário econômico adverso enfrentado durante todo o ano de 2016, com os juros altos, taxa de desemprego elevada e inflação alta. “No entanto, a economia interna começou a dar sinais de melhora com os indicadores macroeconômicos, como inflação e juros apresentando decréscimos no início de 2017 e o PIB apontando crescimento (0,34% em 2017 e previsão de 2% em 2018, segundo o Banco Central). A melhora destes indicadores possibilitou, no 1º trimestre de 2017, a retomada da confiança dos agentes econômicos, o que poderá vir a impactar positivamente no investimento produtivo que gera emprego e renda e consequentemente aquece o consumo”, afirma. “No entanto, com a instabilidade no quadro político, aliada ao aumento de impostos e a dificuldade do governo em aprovar as reformas previdenciária e tributária que resultou em uma queda na confiança dos agentes econômicos no 2º trimestre de 2017, a recuperação econômica pode ser adiada”, acrescenta.