Notícias - 5 de março de 2018 10 fatores que explicam o crescimento do PIB em 2017 Apoio ao Comércio Elaboração: Economia e Pesquisa Gerência de Comunicação e Marketing O resultado do PIB mostra que a atividade econômica cresceu 1,0%. Foi à primeira alta após 2 anos seguidos de retração. Em valores correntes, o valor do PIB em 2017 foi de R$ 6,6 trilhões. E a perspectiva para 2018 é de recuperação com retomada do consumo e dos investimentos, com crescimento próximo de 3%. A economia interna começou a se recuperar em 2017, mas ainda não é o suficiente para recuperar as perdas da atividade econômica nos dois anos anteriores. Em 2016 e 2015, o PIB recuou 3,5% sobre o ano anterior. A recuperação da economia foi alcançada com ajuda da supersafra de grãos, da desaceleração da inflação em 2017 e da queda da taxa de juros. Outros fatores, como a liberação dos saques das contas inativas do FGTS e a alta no preço do petróleo e do minério de ferro também ajudaram. Os 10 fatores que explicam o crescimento da economia em 2017: 1 – Supersafra Favorecida pelo clima, a safra agrícola cresceu 29,5% na comparação com 2016, recorde de 240,6 milhões de toneladas. O PIB da agropecuária cresceu 13% em 2017. Sozinho, o setor respondeu por cerca de 0,7% do crescimento da economia no ano passado. 2 – Queda da inflação A inflação oficial do Brasil fechou 2017 em 2,95%, menor patamar desde 1998 e pela primeira vez abaixo do piso da meta fixada pelo governo. A redução dos preços dos alimentos foi o principal fator que segurou a inflação. Com a meteorologia a favor e safra recorde, os alimentos ficaram 1,87% mais baratos em média no ano, segundo o IBGE. Se os itens relacionados a alimentação no domicílio fossem retirados do cálculo do IPCA, a variação acumulada em 12 meses teria ficado em 4,4%. A desaceleração da inflação ajuda na recuperação da confiança, que no momento seguinte acaba sendo convertida em maior consumo. 3 – Queda dos juros Com a inflação em desaceleração, o Banco Central foi reduzindo a taxa de juros básicos da economia para mínimas históricas. Em fevereiro, o Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou o 11º corte consecutivo na Selic, que caiu para 6,75% ao ano. a queda dos juros possibilitou a redução do endividamento de empresas e famílias aquecendo a atividade econômica. 4 – Saques das contas do FGTS Para ajudar a reaquecer a economia, o governo federal anunciou, no ano passado, medidas como a liberação de saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), e do PIS/Pasep para idosos. Somente os saques das contas do FGTS injetaram cerca de R$ 44 bilhões na economia em 2017, beneficiando 25,9 milhões de trabalhadores. Embora muitos tenham usado o dinheiro para quitar dívidas, o comércio também conseguiu fisgar parte desse dinheiro extra, o que permitiu o consumo das famílias voltar a crescer a partir do 2º trimestre, após 9 trimestres de queda. 5 – Aumento do consumo das famílias O consumo das famílias cresceu 1,0% em 2017, após 2 anos seguidos de queda. O comércio varejista, por exemplo, cresceu 2%, impulsionado pelas vendas de móveis e eletrodomésticos, que voltaram a subir. Os gastos das famílias têm o maior peso na composição do PIB. A queda acentuada da inflação também proporcionou no ano passado ganhos reais nos salários dos trabalhadores com carteira assinada. Segundo a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), 8 em cada 10 acordos salariais tiveram aumento acima da inflação no ano passado, ante um percentual de 27% no ano anterior. 6 – Aumento da massa de rendimentos Apesar do número ainda elevado de desempregados, a população ocupada cresceu no ano passado. No entanto, a recuperação tem sido sustentada pelo aumento do trabalho precários, mas o número de brasileiros com algum tipo de remuneração cresceu, e isso contribuiu para o aumento do consumo no país. Segundo o IBGE, a massa salarial (soma da remuneração de toda a população ocupada) cresceu 3,6% no acumulado em 1 ano, com um acréscimo de mais R$ 6,6 bilhões no bolo de rendimentos somente no 4º trimestre. O que determina o consumo não é a renda exclusivamente, e sim o conjunto entre renda e emprego, que é a massa salarial. Então, mesmo que a renda não cresça, se a população ocupada sobe, aumenta o consumo. 7 – Melhora da confiança Com a melhora do consumo e dos principais indicadores econômicos, a confiança de empresários e consumidores voltou no ano passado para o patamar considerado de otimismo. 8 – Retomada dos investimentos Os investimentos encolheram 1,8% em 2017, mas a expansão no 2º semestre aponta uma tendência de recuperação após 4 anos seguidos de retração. Entre os setores que conseguiram sair à frente na retomada dos investimentos estão o automotivo e a indústria com foco na exportação. Já o setor de infraestrutura continua pressionado pelo corte de gastos públicos. 9 – Alta nos preços do petróleo e minério de ferro Embora tenham peso relativamente pequeno no PIB, as exportações também foram destaque no ano. A balança comercial brasileira encerrou 2017 com superávit de US$ 67 bilhões, o melhor resultado em 29 anos. O saldo recorde foi puxado principalmente pelo aumento de 28,7% nas exportações de commodities em 2017, como minério de ferro, petróleo e produtos agrícolas, que representaram quase metade das exportações. 10 – Ambiente internacional favorável O PIB brasileiro também contou com uma ajuda externa. Em 2017, o ingresso de dólares na economia brasileira voltou a superar as retiradas e o fluxo de capital de investidores estrangeiros continua favorável. Somente na Bolsa, as compras de ações por investidores estrangeiros superaram as vendas em R$ 14,6 bilhões em 2017. Fonte: G1 e Setor de Economia e Pesquisa CDL/BH Publicações similares Apoio ao Comércio 10 de dezembro de 2024 Comércio de BH pode receber R$ 2 milhões de investimentos Vereadores aprovaram as emendas propostas pela CDL/BH aos projetos de leis orçamentárias do próximo ano. 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