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CDL/BH recebe a visita do ex-ministro Paulo Paiva

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O atual momento econômico e social brasileiro foi tema de palestra na sede da CDL/BH nesta quinta-feira, 19 de novembro, ministrada pelo ex-ministro do Trabalho do governo Fernando Henrique Cardoso e professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Paiva. A palestra foi ministrada durante reunião semanal do Conselho Consultivo da entidade. 


 


De acordo com Paiva, a atual crise econômica é menos complexa do que outras já vivenciadas no país. Não há crise cambial, como aconteceu nos anos 80, ou seja, não estamos com problemas para honrar nossos compromissos externos. Também não temos inflação galopante como antes, em que os preços pela manhã eram uns e à tarde já eram outros. Porém, estamos em um período de recessão profunda, com redução do crescimento econômico.


 


Paiva destacou que de 1948 até os anos 80, tínhamos um crescimento econômico acima de 7% ao ano, e depois baixamos o patamar para 2,5%. Após o plano real, de 2004 a 2011, houve uma taxa média de crescimento de 4,5%, acompanhando a média mundial, mas a partir daí, devido a algumas decisões estratégicas tomadas pelo governo, deixamos de acompanhar esta escala, e nossa economia apresentou índices cada vez mais baixos, com previsão de fecharmos 2015 com queda de -0,2%. 


 


Mas esse crescimento apresentado até 2011 foi impulsionado pelo consumo e não por investimentos e infraestrutura para sustentá-lo, um erro de estratégia do governo, segundo Paiva. A estabilidade econômica, redução das taxas de juros, baixo volume de desemprego fizeram com que os brasileiros passassem a consumir mais. Porém, com o tempo, as famílias deixaram de comprar e os gastos públicos cresceram acima da receita, gerando a situação atual, com déficit fiscal e aumento da dívida pública, que deve chegar a 68% do PIB até o final deste ano. “Esse é o peso do governo que sufoca nossa economia”, disse. 


 


Segundo o professor estamos vivendo uma ‘staginflação’, que significa estagnação mais inflação crescente.  “Estamos a cada trimestre crescendo menos que o anterior, por decisões estratégicas erradas. Baixamos a taxa de juros para 7,5% quando não tínhamos condições, reduzimos o valor da energia, controlamos derivados de petróleo. O impacto dessas decisões é maior que o da corrupção, pois elas corroeram a confiança dos investidores”, afirmou.


 


Perspectivas – Paiva acredita que superaremos a crise política, econômica e ética vivida atualmente, mas pode demorar um pouco. Quanto à economia , os cenários possíveis são a retomada do crescimento no segundo semestre de 2016, ou apenas em 2018, dependendo das estratégias adotadas pelo governo. De qualquer forma, ele avalia que o crescimento será lento e baixo, pois mesmo que o governo volte com os investimentos e infraestrutura, essas medidas só teriam efeito a longo prazo. Por outro lado, ele elogia a atuação do Ministério Público no combate à corrupção, e que teremos como resultado uma sociedade mais responsável eticamente.


 


Dálcia de Oliveira


Comunicação e Marketing da CDL/BH


 


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