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MULHERES CONTINUAM LIDERANDO INADIMPLÊNCIA NA CAPITAL MINEIRA

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Levantamento da CDL/BH mostra que, desde janeiro, o gênero feminino detém o maior volume de contas em atraso. Disparidade entre rendimentos e taxa de desemprego contribuem para que elas estejam negativadas 

As mulheres da capital mineira ocupam a liderança da inadimplência há oito meses, segundo a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH).  O levantamento da entidade, com dados do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostra que no mês de agosto, em comparação ao mesmo período do último ano, a variação da inadimplência entre elas cresceu 1,99%. Já entre os homens, o avanço foi de 1,58%. O valor médio devido pelas mulheres é de R$4.705,89 e pelos homens, R$5.137,52. Ainda que o montante devido por elas seja menor, o volume de dívidas por CPF é superior, o que faz com elas estejam mais inadimplentes. 

Dentre os fatores que explicam a inadimplência entre as mulheres estão a taxa de desemprego – mulheres (7,9%); homens (6,9%) – e diferença de rendimentos, sendo que os homens (R$ 4,579) ganham 33,4% a mais que as mulheres (R$ 3.433). “Fora isso, as mulheres, na maioria dos casos, são as principais compradoras das famílias. Elas assumem a responsabilidade das compras e, com isso, acabam consumindo o crédito disponível com maior frequência”, explica o presidente da CDL/BH, Marcelo de Souza e Silva. 

Na análise por faixa etária, a população de 65 anos a 95 anos apresenta maior concentração da inadimplência, com uma média de crescimento de 11,99% na variação anual (Ago. 23/Ago.22). “Grande parte dos idosos são os responsáveis financeiros pelas famílias. Com a aposentadoria, muitos têm redução na renda, mas o custo de vida fica mais elevado devido aos gastos com saúde. Como consequência tem-se um maior comprometimento da renda e crescimento da inadimplência”, detalha o presidente. 

Apesar de contas em atrasos, expectativa é de melhora 

De forma geral, a inadimplência em Belo Horizonte avançou 2,92% em agosto, em comparação ao mesmo mês de 2022. Já na variação mensal (Ago.23/Jul.23), o indicador recuou 0,98%. O valor médio devido pelos belo-horizontinos é de R$ 4.799,52. Como a média são duas dívidas por CPF, em alguns casos, o valor devido pode chegar a R$ 9.599,04. 

“A inadimplência ainda impacta a vida dos belo-horizontinos. Contudo, o aquecimento do mercado de trabalho, o crescimento da renda e o programa de renegociação de dívidas, Desenrola Brasil, trazem boas perspectivas para os próximos meses. Teremos ainda o pagamento do 13º salário para grande parte da população, que utiliza o benefício para quitar dívidas. Por isso, a tendência é que este indicador melhore”, finaliza o dirigente.

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