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Orçamento empresarial

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A recessão econômica arrasta-se há 3 anos – e, no meio do caminho, muitas pequenas empresas fecharam as portas. A taxa de mortalidade de empresas cresceu: dos 1,8 milhão de empreendimentos lançados em 2014, 600 mil (ou 33% deles) fecharam até o final de 2016.


 


Para os negócios que ficaram ou abriram há pouco tempo, o trabalho de redução de custos e despesas continua: o cenário para o segundo semestre deste ano envolve instabilidade política, e um Produto Interno Bruto (PIB) em levíssima alta.


 


Boa parte dos empreendedores tem dificuldade em avaliar o peso de seus gastos no orçamento total da empresa, segundo o consultor do Sebrae Felipe Chiconato. Joelson Sampaio, professor de Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (EESP-FGV), concorda com a afirmação e ressalta que o “calcanhar de Aquiles” dos empreendedores costuma estar nos custos.


 


É importante a pequena empresa ter uma boa gestão de clientes [pagamentos a receber], estoque e fornecedores. Isso porque as empresas costumam quebrar por conta do capital de giro [dinheiro que sustenta a operação do negócio].


Há alguns pontos simples de atenção para quem sente dificuldade em rever as contas da sua empresa – e que podem fazer toda a diferença na hora de enxugar os gastos. 


 


São eles:


 


1 – Confira se você tem os controles essenciais de uma empresa 


 


Antes de tudo, o empreendedor precisa saber se possui o que é preciso para começar a arrumar a casa,  se elaborou uma lista de itens de controle financeiro essenciais para sua empresa.


 


O primeiro item é o registro de venda: saber todos os produtos e serviços que você comercializou e quais contas tem a receber. Lembre-se de que diferentes meios de pagamento, como cartão de crédito ou cheque, pedem diferentes registros – afinal, taxas diferentes incidem sobre eles. Da mesma forma, registre também as contas a pagar.


 


Tudo que entra e sai diariamente na empresa tem que ser registrado. Juntando isso às contas que serão computadas no futuro (aquelas parcelas negociadas com fornecedores e clientes), você terá o fluxo de caixa – uma ferramenta que permite projetar cenários.


 


O último item essencial para a gestão financeira da empresa é uma Demonstração de Resultados do Exercício (DRE). É por meio dele que serão calculados indicadores como ponto de equilíbrio, margem e lucro – além do gasto total de cada custo ou despesa da sua empresa sobre o lucro. A DRE deve ser feita mensalmente e, depois, um consolidado por trimestre ou ano. A partir daí, é possível elaborar metas financeiras para seu negócio.


 


2 – Renegocie com seus fornecedores


 


Com a organização feita, é hora de começar a cortar gastos. O primeiro passo é reavaliar os contratos já firmados com seus fornecedores. A época de crise é ideal para pedir um prazo maior de pagamento ou descontos sobre um pagamento à vista, já que o medo que o fornecedor tem da inadimplência é maior do que as facilidades que podem ser oferecidas.


 


3 – Reavalie desperdícios, do estoque às horas extras


 


Não basta renegociar fora da sua empresa: outra maneira simples de cortar seus gastos é reavaliar todos os processos da sua empresa. Muitos empreendedores se surpreendem com quão caro pagam por coisas simples. (…)


 


 


4 – Repense sua política de pagamentos


 


Da mesma maneira que você negociou com seus fornecedores e com seus funcionários, estabelecer novas políticas com seus clientes pode ser uma maneira simples de cortar gastos na sua empresa.


 


Será que você não está no vermelho por que parcela em muitas vezes, demorando a colher o que plantou? Ou, pior ainda: será que você não está no vermelho porque usa formas de pagamento que dão muita chance aos inadimplentes?


 


5 – Descubra os produtos “vilões” do seu capital de giro


 


Outra maneira de evitar gastos futuros é não comprar produtos que vendem pouco e ficam parados no estoque – gerando tanto uma despesa inicial quanto uma despesa de armazenamento.


 


6 – Tenha uma nova estratégia de descontos


 


Ainda falando sobre clientes: muito cuidado ao dar descontos. Se mal planejados, eles podem corroer sua margem de lucro e deixar seu negócio em um grande paradoxo: quanto mais vendas ele fizer, mais no vermelho estará.


 


Chiconato, do Sebrae, dá um bom truque na hora que seu consumidor vier pedir um desconto. Quando ele pedir um desconto de 10% sobre uma venda de 500 reais, por exemplo, ofereça no lugar um produto de 50 reais como brinde.


Para o cliente, parece a mesma coisa. Porém, para você, o produto custou menos de 50 reais para ser produzido: ou seja, você está dando menos do que o pedido e ainda pode limpar o estoque dos “vilões” do item anterior.


 


7 – Não deixe que a comodidade o domine


 


Um grande vilão do orçamento de uma empresa é a falta de planejamento. Sem ele, os gastos são feitos em cima da hora – o que acarretará em uma conta maior no final do mês.


 


8 – Cuidado com os “combos”


 


Outro cuidado para não acumular gastos desnecessários é na contratação de “combos”, desde os clássicos planos de telefonia até os serviços bancários.


 


Da mesma forma, é preciso ter cuidado ao negociar um pacote de serviços bancários – você pode pagar por um plano para 50 transferências quando só usa dez por mês, por exemplo.


 


9 – Aposte na internet e na nuvem para poupar em gastos comuns


 


Para terminar, uma dica simples para cortar gastos na sua empresa é participar de vez da revolução tecnológica: faça pela internet tudo que puder ser feito sem grande prejuízo.


 


Também há aplicativos de telefone que dependem apenas de conexão à internet para funcionar – e, assim, dá para fazer ligações a qualquer lugar do mundo por um custo bem menor e com controle por meio de arquivos salvos na nuvem.


 


Fonte: Revista Exame – Editada


 


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