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Para onde vai o blockchain no varejo?

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O blockchain é algo vantajoso para o varejo? Durante a 108ª edição do NRF Retail’s Big Show, em Nova York, um interessante painel sobre o assunto procurou, se não definir, ao menos contextualizar esse novo papel.


 


Uma das melhores definições, dada por Ken Seiff, da Blockchain Ventures, companhia com investimentos em diversas novas empresas e startups nessa área, é que o blockchain, nesse momento, está para nós como a internet no começo dos anos 90: se apenas poucos sabiam explicá-la, menos ainda entendiam ainda seu real potencial. Em contrapartida, mesmo que alguém já tivesse ideia do que a internet poderia se tornar hoje, não teria as ferramentas ou a infraestrutura necessária. Os consumidores, por exemplo, tinham pouca velocidade de acesso, e este ainda era caro e limitado. Quem não se lembra do início da internet discada, quando a assinatura era limitada em pacotes de horas, e não dados como hoje?


 


John Wantz, CEO da Every*, empresa que está se destacando no desenvolvimento de protocolos e que já foi parte do time de inovação da Target, foi além: “Ainda estamos falando sobre cavalos velozes. Teremos carros.”, lembrando a célebre frase de Henry Ford, explicando o que estava sendo dito hoje sobre o assunto.


 


Mas se as explicações pareciam ainda superficiais ou teóricas demais, foram os exemplos do emprego da tecnologia citados por David Bouffard, VP da Signet Jewelers, hoje a maior varejista de jóias com diamantes do mundo, que deu uma pista do que está por vir.


 


No ramo da joalheria, informações como a origem ou autenticidade são de extrema importância, e a tecnologia criptografada do blockchain se torna uma forte validação sobre o tema, senão a principal desde já.


 


No ramo do varejo, o tema do propósito, também tem sido ligado muito à origem dos produtos, ou como estes são produzidos ou extraídos da natureza. Empresas no Brasil como a Natura já vem investindo pesadamente na tecnologia, buscando ter o controle de toda a cadeia de supply chain, desde a origem, obedecendo aos valores da marca, chegando até as mãos do consumidor.


 


E não se trata apenas de propósito, mas também de negócios. No mundo de hoje, descobrir que uma marca dita “sustentável” tem a origem de sua matéria prima de forma irregular ou fora dos padrões desejados pela empresa e seus consumidores pode ser fatal aos negócios.


 


Marcas de vestuário brasileira já sofreram com denúncias de trabalho escravo, mesmo quando o trabalho era algo fora de seu controle, em produções terceirizadas por empresas contratadas. O uso da tecnologia talvez possa ser uma forma de encontrar algum caminho para a resolução deste tipo de problema.


 


Talvez o blockchain em si se torne uma patente necessária para as marcas que também produzem, ou no mínimo, uma espécie de controle de qualidade para aquelas que sejam apenas distribuidoras de produtos já produzidos ou industrializados. Mais do que uma conversa entre empresas, essa conversa poderá chegar ao consumidor mais antenado e se tornar um dos elementos de escolha em suas compras.


 


O fato é que, embora tudo isso já comece a acontecer, o mundo em si ainda está dando os primeiros passos sobre a tecnologia e seu uso. Conforme disseram os especialistas, alguns protocolos só vão estar prontos realmente daqui a 2 ou 3 anos.


 


Fonte: Mercado&Consumo

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