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Sufoco tributário

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Bruno Falci, Presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH)


 


Que a carga tributária brasileira é uma das mais altas do mundo, isso não é novidade para mais ninguém. Somos os detentores do sistema tributário mais pesado entre os países emergentes, mais alto até que potências mundiais, como Japão e Estados Unidos. Além disso, o modelo brasileiro é altamente complexo e injusto, pois ao mirar o consumo acaba penalizando as faixas de menor renda.


 


Na teoria, todos os impostos arrecadados nas três esferas de governo – União, Estados e Municípios – deveriam voltar para a sociedade em forma de serviços públicos. Mas não é isto o que sempre acontece. Na maioria das vezes, além do pagamento dos impostos, o cidadão tem que tirar do próprio bolso recursos para ter acesso a serviços básicos, como educação, saúde e segurança. Prova disto é uma pesquisa divulgada recentemente pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) que tem como objetivo avaliar o retorno dos impostos para o bem estar da sociedade em 30 países. E pela quinta vez consecutiva, o Brasil foi considerado como a nação que proporciona o pior retorno de valores arrecadados com tributos em qualidade de vida para sua população. Ficamos atrás até mesmo dos nossos vizinhos latino-americanos. O Uruguai ficou na 12ª posição, e a Argentina ocupou o 24º lugar no ranking.


 


Embora uma grande parcela dos cidadãos não perceba, pagamos impostos todo o tempo. De acordo com o IBPT, o brasileiro trabalhou 150 dias em 2013, ou quase cinco meses do ano somente para pagar impostos, taxas e contribuições aos cofres públicos. E esse peso não é diferente para a classe empresarial. Pesquisa realizada recentemente pela Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH), com lojistas da capital mineira, apontou que a elevada carga tributária brasileira é o maior desafio para manter a empresa aberta, de acordo com 50,33% dos entrevistados. 


 


Sabemos que os impostos são indispensáveis para o desenvolvimento do país, entretanto a atual carga tributária é abusiva, e não pode mais ser tolerada. O que o Brasil precisa é de uma reforma tributária que inclua uma série de mudanças na estrutura da legislação de impostos, taxas e contribuições.  


 


E há muitos anos, o movimento lojista tem a questão tributária como uma de suas principais bandeiras. Numa tentativa de conscientizar a população sobre o peso dos tributos, a CDL/BH realiza, há oito anos, ações em lojas, restaurantes e em postos de combustíveis. Por um dia, os consumidores da capital mineira podem adquirir produtos e serviços livres de impostos. E neste ano não será diferente. No próximo dia 22 de maio a CDL/BH, por meio de seu Centro de Desenvolvimento Lojista Jovem (CDL Jovem), realizará mais um Dia da Liberdade de Impostos em diferentes pontos da cidade.


 


Afinal, a nossa luta não é pela extinção dos tributos, mas sim pela conscientização da população dos impostos cobrados pelo governo, da falta de retorno do que é pago e da cobrança do cidadão ao poder público.


 


 


 


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