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Há 56 anos, um sonho de ajudar os pequenos lojistas em seus negócios movia um pequeno grupo de empresários. Cássio França, um dos fundadores da CDL/BH conta que, no início, as coisas eram difíceis e os recursos escassos, mas os desafios só estimulavam o desejo de tornar os setores de comércio e serviços da capital uma referência nacional. “As ideias eram tantas que tínhamos que nos desdobrar para colocar tudo em prática. Hoje percebo como cada esforço valeu a pena, pois a CDL/BH se tornou a maior entidade do comércio varejista do país, sendo a representante de mais de 11 mil associados”, diz.


Nos primeiros anos de existência da CDL/BH, a palavra que regia o movimento lojista era a inovação. “Afinal de contas, ela é a mola propulsora de qualquer empresa, na modernização dos produtos, dos processos e do mercado”, disse França. E foi seguindo essa premissa que a entidade lançou, no início da década de 60 o Serviço de Proteção ao Crédito, o SPC. O objetivo era oferecer mais segurança aos empresários na concessão de crédito aos consumidores. “Para a época, o SPC foi um grande avanço para o varejo nacional. E o nosso maior orgulho é saber que esse banco de dados, hoje um dos mais conhecidos do país, nasceu aqui na nossa entidade”, conta França que foi presidente da entidade no biênio 1968-1970.


Com o decorrer dos anos, o SPC foi se modernizando e até hoje continua sendo um dos produtos mais utilizados por empresários de todo o país para evitar a inadimplência entre os consumidores. A empresa Elmo Calçados usa os serviços do SPC há mais de 20 anos. “Vender no Brasil é tudo o que um empresário mais quer diante da atual crise econômica que estamos vivenciando. Mas melhor que vender é receber. E para esse objetivo, os serviços da CDL/BH são os melhores do mercado”, conta José Ricardo Ballesteros, diretor da empresa.


 


Parceira do comércio e da cidade


Mas a atuação da CDL/BH não está restrita ao crédito. A entidade trabalha em outras vertentes, beneficiando toda a sociedade. E uma das grandes conquistas da entidade diz respeito às políticas públicas. Ao voltar um pouco no tempo, muita gente vai lembrar que no fim da década de 90, andar pelas ruas de Belo Horizonte era uma tarefa árdua. Os pedestres tinham que disputar seu espaço com milhares de barracas. A cidade vivia sob o domínio dos camelôs. Eles comercializavam produtos com valores bem abaixo do que era ofertado pelo comércio tradicional. Afinal os informais não pagam impostos, diferentemente dos empresários que arcam com altas taxas de tributos.


Sylvia Nascimento, proprietária da MultiShopping, lembra bem desse período do qual ela se refere como “anos caóticos”. A empresária conta que do interior da sua loja não era possível enxergar a rua, devido ao grande número de barracas em frente ao seu estabelecimento. “A clientela desapareceu. Muitos lojistas vizinhos não aguentaram a concorrência desleal e fecharam seus negócios. Para nós, lojistas do Hipercentro, esse era um cenário impossível de reverter”, conta.


Mas em julho de 2003, essa história mudou. A CDL/BH, a Prefeitura de Belo Horizonte e 48 entidades começaram a criar o Código de Posturas do município. Dentre outras determinações, o Código proibia que os camelôs permanecessem nas ruas. A partir disso, 2,77 mil camelôs foram transferidos das ruas da capital para os shoppings populares, recebendo mais conforto, dignidade e melhores condições de comercialização. O comércio do Hipercentro ganhou novo fôlego, e a empresária Sylvia Nascimento até conseguiu fazer uma reforma na fachada da sua loja, evidenciando a vitrine que por tanto tempo ficou escondida pelas barracas.


 


Mais segurança


Em 2004, a CDL/BH identificou outro problema que estava preocupando os empresários da capital. Era a falta de segurança. Preocupada em mudar essa realidade, a entidade se uniu com o governo do Estado de Minas Gerais e com a prefeitura da capital para implantar o Olho Vivo. O projeto consiste na presença ocular da Polícia Militar em pontos estratégicos com grande incidência criminal, por meio do monitoramento das câmeras de vídeo.


Oficialmente, o Olho Vivo foi inaugurado no dia 13 de dezembro de 2004. Na época foram instaladas 72 câmeras para monitorar 24 horas por dia, sete dias por semana, as regiões do Hipercentro, Barro Preto e da Savassi. Mas esse foi apenas o pontapé inicial. A partir daí, o projeto só cresceu. De acordo com a Polícia Militar, responsável por gerenciar e operacionalizar o sistema, estão em funcionamento na capital 297 câmeras do Olho Vivo. A expectativa é de chegar a 400 câmeras até o fim de 2017. O projeto, que nasceu na CDL/BH e se expandiu para o Interior do estado, oferece mais segurança para toda a sociedade.


 


 


 


Mais ações para fortalecer o comércio


Dos 56 anos de existência, uma coisa é certa: a CDL/BH sempre está na busca de melhorias para o varejo. E uma das grandes preocupações da entidade é com o fortalecimento dos comércios de rua. Seguindo esse objetivo, um movimento que vem ganhando força nos últimos meses, com o apoio da entidade, é o Viva Savassi. O projeto se baseia na união de empresários para desenvolver ações promocionais em conjunto na região. Em abril deste ano, por exemplo, cerca de 50 lojistas da região se uniram para lançar o Passaporte Savassi. O projeto funcionou como uma rede de descontos. Ao fazer uma compra de qualquer valor em uma das lojas participantes, o consumidor recebia um vale com tickets descartáveis de descontos para utilizar em várias lojas, cafeterias e restaurantes da região. No mês de junho, os lojistas fizeram novas ações com os consumidores.


A Lullo Gelato foi uma das empresas participantes do Passaporte Savassi. “O consumidor que passava na nossa loja ganhava uma casquinha de sorvete recheada de chocolate. Mais que conceder um desconto ou brinde, nosso objetivo é oferecer novas experiências para fidelizar o cliente da Savassi”, afirma Alexandro Luchesi, proprietário da empresa.  A iniciativa deu tão certo que agora a intenção dos empresários é lançar campanhas semelhantes em outros períodos do ano, como o mês dos pais (agosto) e o das crianças (outubro).


 


Capacitação 


Mas é preciso ir além de simplesmente oferecer condições propícias para o desenvolvimento dos setores de comércio e serviços. O empresário necessita de capacitação para enfrentar os desafios do mercado e superar os obstáculos do cotidiano. Afinal, um setor forte se faz com empresários qualificados. Ciente disso, a CDL/BH sempre oferece diversos cursos direcionados para os seus associados.


Marcelo Augusto Gomes, diretor comercial da Rommanel, participou de dezenas de cursos, seminários e palestras promovidos pela entidade. “Desde quando me filiei à CDL/BH, tenho meu foco no aprendizado. E isso contribuiu muito para o meu desenvolvimento profissional e o crescimento dos meus negócios”, afirma. Com essa busca por conhecimento e com a troca de experiências com outros lojistas, Gomes conseguiu um melhor posicionamento da sua marca no mercado. “Há 15 anos, eu era um microempresário. Hoje, me sinto muito mais qualificado profissionalmente. E consegui expandir a minha empresa. Temos 13 unidades em Minas Gerais e estamos presentes em cerca de 400 municípios mineiros”, comemora.


 


Menos impostos


Outra bandeira permanente da CDL/BH nesses 56 anos é pela redução da carga tributária. A entidade compreende que o excesso de impostos só emperra o setor produtivo e paralisa o desenvolvimento econômico brasileiro. Por isso, sua história é marcada por uma intensa busca por menos tributos para os setores de comércio e serviços, independentemente do porte do negócio ou do ramo de atuação.


Em 2012, por exemplo, a CDL/BH comemorou com a Câmara Duas Rodas Moto a redução para zero da carga tributária nas operações internas com capacete para motocicletas. Para Rômulo Filgueiras, diretor da MotoStreet, a conquista em prol da segurança dos motociclistas foi enorme. Segundo ele, embora o capacete seja um equipamento de segurança obrigatório, muitas pessoas deixam a qualidade de lado e priorizam o preço. E a troca pode ser fatal. “Minas Gerais é o único estado que concede essa isenção. Pedidos semelhantes foram feitos em São Paulo e no Rio de Janeiro, mas essa é uma vitória exclusiva dos mineiros”, disse. A conquista se deve, sobretudo, à forte atuação da CDL/BH no governo estadual e ao inconformismo da entidade com o peso dos impostos”, completa.


 


Representatividade


Há 56 anos, a CDL/BH vem atuando em diversas áreas, pois compreende que, quando a cidade vai bem, o comércio vai bem. Para o presidente do Mercado Central, José Agostinho Oliveira Quadros, o grande destaque da entidade durante todos esses anos é sua consolidação como parceira dos empresários dos setores de comércio e serviços e da cidade de Belo Horizonte. “Somos o centro de compras mais tradicional de Minas Gerais e referência para muitos turistas. E muito das nossas conquistas, devemos à CDL/BH que empreende esforços para defender não só os interesses do setor, mas de todo belo-horizontino”, disse.


A Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção de Minas Gerais (Acomac) também reconhece a presença atuante da CDL/BH. “Os nossos votos são de que a entidade continue sua trajetória de sucesso lutando por um país com menos impostos e por uma cidade melhor para trabalhar e viver”, disse o presidente Paulo Zica Machado de Castro.


 


 


Legendas


Para Cássio França, um dos fundadores da entidade, o SPC, lançado pela CDL/BH, é um grande avanço para o setor


 


 


Acabar com o caos no Hipercentro devido ao grande número de camelôs foi uma das grandes conquistas da entidade, segundo Sylvia Nascimento


 


Para Marcelo Gomes da Rommanel, a capacitação oferecida pela CDL/BH foi essencial para o crescimento da sua empresa


 


Luchesi destaca os projetos da CDL/BH de fidelização dos clientes, como o Passaporte Savassi


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