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Semáforo mental

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Em “Decisões Econômicas, Você já Parou para Pensar?”, Vera Rita de Mello Ferreira, psicóloga e psicanalista que trabalha na implantação da psicologia econômica no Brasil desde 1994, escreve de forma direta e bem-humorada sobre a importância e o peso das emoções nas nossas decisões.

 


Escolher a melhor alternativa para proteger seu dinheiro, ser capaz de ganhá-lo, evitar perdê-lo, não desperdiçar, dar conta de tudo que precisa ser pago, fazer o pé de meia para a velhice e entre tantas outras decisões econômicas que precisamos tomar ao longo da vida não costuma ser fácil.

 


Segundo Vera Rita de Mello Ferreira, há uma espécie de semáforo na nossa cabeça. Restringimos nosso universo de ideias àquelas que nos parecem compatíveis com o que acreditamos, desejamos e esperamos que aconteça.

 


O “semáforo” na nossa mente fica verde quando o que percebemos nos agrada e acreditamos ser real, factível ou provável; mas fica vermelho quando nos desagrada, achamos que não é verdade, não vai acontecer, não tem nada a ver.


Adoramos gratidão e alívio de tensão, imediatos; acreditar que está tudo bem e que seguirá assim eternamente; ganhar, tudo e qualquer coisa; ser aceitos e sentir que pertencemos a um grupo ou situação; ter companhia, inclusive para errar junto, melhor do que acertar sozinho.

 


Damos preferência para o prazer imediato, mesmo que o prazer futuro seja maior. Esse comportamento ajuda a entender por que preferimos gastar dinheiro agora, com coisas que nos darão satisfação imediata, a guardar dinheiro para o futuro, distante e incerto.

 


Temos aversão a incerteza, ambiguidade e complexidade. Queremos tudo simples, quanto mais simples, melhor. Ajuda a entender a preferência pela poupança na hora de guardar dinheiro.

 


Perdas e faltas; reconhecer que erramos, que somos limitados e que temos aspectos destrutivos; tudo o que contraria nossas crenças, expectativas e desejos; ficar de fora; pensar e tomar decisões.

 


Tomar decisões é uma tortura, preferimos que decidam por nós. Comum deixar o gerente aplicar nosso dinheiro, como se fosse dele, na opção que ele considera a melhor. Como?!

 


Ou então acompanhamos a escolha padrão, recomendada e pré-selecionada, a que não precisa pensar para escolher. Essa arquitetura de escolha foi bem-sucedida nas companhias que queriam aumentar a adesão dos funcionários ao plano de previdência que oferece incentivo fiscal e aporte da empresa em nome do funcionário.

 


Não aderir é impensável, é deixar dinheiro na mesa. Mesmo assim poucos aderem em razão do processo difícil, confuso, com muitas opções a considerar. O funcionário quer aderir, mas não o faz por inércia.

 


As empresas que simplificaram o processo conseguiram aumentar consideravelmente a adesão ao plano, ao apresentar um formulário que assinala, previamente, que a pessoa quer aderir e a percentagem de contribuição. 

 


O funcionário adere automaticamente e, embora tenha a chance de escolher outra opção, novamente por inércia, deixa o dinheiro lá. Que bom que decidiram por ele!

 


Fonte: Folha de São Paulo


 

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